quarta-feira, 17 de outubro de 2012

SP: saldo da balança comercial dos agronegócios é de 8,75 bi




As exportações dos agronegócios paulistas atingiram US$ 15,72 bilhões, nos primeiros nove meses de 2012. As importações somaram US$ 6,97 bilhões, resultando em um saldo de US$ 8,75 bilhões. No entanto, esse valor é inferior ao obtido mesmo período de 2011.

De janeiro a setembro de 2012, as exportações do Estado de São Paulo somaram US$ 43,68 bilhões (24,2% do total nacional), e as importações, US$ 58,73 bilhões (35,6% do total nacional), registrando déficit de US$ 15,05 bilhões, informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Em relação a janeiro a setembro de 2011, o valor das exportações paulistas decresceu 1,4% e o das importações, 5,2%, diminuindo em 14,7% o déficit comercial. A queda nas exportações paulistas (-1,4%), comparando-se os primeiros nove meses de 2012 e 2011, foi menor do que a observada para as exportações brasileiras, também em relação às do mesmo período do ano anterior (-4,9%). Nas importações ocorreu maior decréscimo em São Paulo (-5,2%) do que no Brasil (-1,2%) e, na conjunção das performances das exportações e importações, o déficit da balança comercial paulista diminuiu (-14,7%), enquanto que a brasileira apresentou queda mais expressiva de superávit (-31,8%).

Segundo José Roberto Vicente, pesquisador do IEA, os agronegócios paulistas apresentaram exportações decrescentes (-9,4%), atingindo US$ 15,72 bilhões. As importações também diminuíram (-7,3%), somando US$ 6,97 bilhões, e o saldo, de US$ 8,75 bilhões, foi 11,0% inferior ao do período de janeiro a setembro do ano de 2011. Destaque-se que as importações paulistas nos demais setores - excluindo os agronegócios - somaram US$ 51,76 bilhões para exportações de US$ 27,96 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de US$ 23,80 bilhões de janeiro a setembro de 2012. Assim, conclui-se que o comércio exterior paulista seria bem mais deficitário não fosse o desempenho dos agronegócios estaduais.

Os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos agronegócios paulistas de janeiro a setembro de 2012, foram: cana e sacarídeas (US$ 6,00 bilhões), bovídeos - bovinos (US$ 1,93 bilhão), frutas (US$ 1,78 bilhão), produtos florestais (US$ 1,62 bilhão) e cereais/leguminosas/oleaginosas (US$ 1,33 bilhão). Esses cinco agregados representaram 80,5% das vendas externas setoriais paulistas.

Tiveram crescimento, na comparação do período de janeiro a setembro de 2012 com o de 2011, as exportações paulistas de cereais/leguminosas/oleaginosas (+50,2%), fumo (+41,6%), bens de capital e insumos (+37,8%), pescado (+34,4%), flores e ornamentais (+17,9%), agronegócios especiais (+7,3%) e frutas (+1,8%). Houve redução nas demais, ou seja, café e estimulantes (-26,0%), cana e sacarídeas (-22,8%), olerícolas (-20,8%), têxteis (-16,6%), suínos e aves (-15,4%), bovídeos - bovinos (-11,4%) e produtos florestais (-4,9%).

A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado recuou em 3,2 pontos percentuais, enquanto a participação das importações diminuiu 0,2 ponto percentual, na comparação dos períodos de janeiro a setembro de 2011 e 2012.

Cenário Nacional

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 15,73 bilhões de janeiro a setembro de 2012, com exportações de US$ 180,60 bilhões e importações de US$ 164,87 bilhões. Esse superávit menor que o dos primeiros nove meses de 2011 (-31,8%), ocorreu em função da queda nas exportações (-4,9%) superior à das importações (-1,2%).

De janeiro a setembro de 2012, as exportações dos agronegócios brasileiros cresceram 0,6% em relação à igual período do ano anterior, atingindo US$ 74,17 bilhões (41,1% do total). Já as importações do setor diminuíram 6,2%, também na comparação com os nove primeiros meses de 2011, somando US$ 22,46 bilhões (13,6% do total). O superávit dos agronegócios no período foi de US$ 51,71 bilhões, 3,8% superior ao do período de janeiro a setembro do ano anterior Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$ 106,43 bilhões e importações de US$ 142,41 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 35,98 bilhões.

O detalhamento da balança comercial dos agronegócios brasileiros mostra que os saldos comerciais oriundos das transações externas das cadeias de produção aumentaram de US$ 57,64 bilhões de janeiro a setembro de 2011 para US$ 58,72 bilhões em igual período de 2012. Esses valores são maiores que os resultados setoriais - US$ 49,80 bilhões em 2011 e US$ 51,71 bilhões em 2012 - apesar da queda no déficit da balança comercial de bens de capital e insumos de US$ 7,84 bilhões nos primeiros nove meses de 2011 para US$ 7,01 bilhões em igual período de 2012, reflexo da dependência externa dos agronegócios brasileiros - notadamente importações de fertilizantes -, sendo que não considerar essas transações produz estimativas de saldos comerciais setoriais superestimados.

Em âmbito nacional, os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos agronegócios foram: cereais/leguminosas/oleaginosas (US$ 27,35 bilhões), cana e sacarídeas (US$ 9,58 bilhões), bovídeos - bovinos (US$ 7,06 bilhões), produtos florestais (US$ 7,01 bilhões) e suínos e aves (US$ 6,80 bilhões). Essas cadeias totalizam 77,9% das vendas externas dos agronegócios brasileiros (Tabela 4).

Cresceram as exportações brasileiras de têxteis (+33,6%), cereais/leguminosas/oleaginosas (+16,4%), fumo (+14,5%), flores e ornamentais (+7,3%), bens de capital e insumo (+4,3%), frutas (+2,9%), bovídeos - bovinos (+1,8%) e olerícolas (+0,5%). Nos demais grupos ocorreram diminuições: café e estimulantes (-23,6%), cana e sacarídeas (-18,4%), produtos florestais (-6,3%), suínos e aves (-3,8%), agronegócios especiais (-1,5%) e pescado (-1,0%).

A participação dos agronegócios nos totais do País aumentou 2,3 pontos percentuais nas exportações, mas diminuiu 0,7 ponto percentual nas importações. A participação paulista no total da balança comercial brasileira subiu em termos das exportações (0,9 ponto percentual) e caiu no tocante às importações (-1,5 ponto percentual).

Nara Guimarães
Fonte: Assessoria de Comunicação IEA

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