terça-feira, 14 de agosto de 2012

Minas prepara técnicos para reforçar controle do uso de agrotóxicos



A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) vai realizar nos dias 13 e 14, segunda e terceira-feira, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, o Seminário Temático sobre o Uso de Agrotóxicos no Estado de Minas Gerais. O evento, promovido em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo, tem por objetivo preparar os profissionais que participarão das ações de mitigação do uso de agrotóxico que serão realizadas em Minas Gerais sob a coordenação da Subscretaria do Agronegócio/Seapa.

Participarão do encontro representantes de instituições público-privadas do Estado, sobretudo dos setores de pesquisas e universidades que vão levar as orientações aos produtores, conforme um acordo de Cooperação Técnica firmado pela Seapa e suas vinculadas – Emater-MG, Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) – e a Embrapa.

O seminário será aberto no dia 13, às 14h30, pelo diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto. Em seguida haverá uma palestra sobre Registro, Fiscalização, Produção e Uso de Agrotóxicos no Brasil, por Eduardo P. Rangel, coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura. A apresentação seguinte será sobre Comércio, Uso de Agrotóxicos e Monitoramento de Resíduos no Estado de Minas Gerais, por Thales de Almeida Pereira Fernandes, diretor-técnico do IMA. A jornada da segunda-feira será fechada com uma palestra sobre Visão da Indústria sobre a Toxicologia dos Produtos Agrotóxicos, por Guilherme Luiz Guimarães, da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef).

Na terça-feira, os trabalhos serão abertos às 8 horas, com apresentação da Metodologia para Redução do Potencial de Risco do Uso de Agrotóxicos, por Décio Karam, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo. Em seguida haverá mesa redonda sobre a Validação da Metodologia para Redução do Potencial de Risco do Uso de Agrotóxicos em Minas Gerais, coordenação de Décio Karam. No encerramento dos trabalhos, o subsecretário do Agronegócio da Seapa, Baldonedo Arthur Napoleão, vai falar sobre a busca de uma Política de Mitigação do Uso de Agrotóxicos.

Esforço conjunto

De acordo com Napoleão, o trabalho de mitigação dos efeitos do agrotóxico é de fundamental importância, porque a prescrição do uso dos produtos com essa denominação, antes exigida para o tomate, morango e batatas, agora alcança as demais culturas.

O trabalho de mitigação dos efeitos dos agrotóxicos vai integrar principalmente as ações de campo dos extensionistas da Emater, técnicos do IMA e da iniciativa privada, aplicadores e produtores rurais. “Consideramos também muito importante a capacitação dos agentes municipais envolvidos nas atividades agropecuárias, sobretudo os presidentes do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS)”, enfatiza.

Os resultados das ações dependem também da atuação dos secretários municipais de Agricultura, dirigentes de cooperativas, sindicatos e associações de produtores, além dos estabelecimentos comerciais.
Napoleão ainda explica que os agricultores serão orientados para adotar produtos tão eficazes quanto os utilizados atualmente, porém menos tóxicos. “Devem utilizar o agrotóxico específico e no tempo certo, e fazer a colheita no momento adequado depois do uso do produto”, acrescenta.

Conforme a avaliação do subsecretário, a adoção de tecnologia deverá reduzir o impacto dos produtos sobre o meio ambiente e a saúde dos aplicadores, além de preservar os produtos. Os produtores serão orientados para questionar o uso das fórmulas convencionais de adubação química, mantendo a preferência pelos controles alternagtivos. Uma recomendação especial é evitar a aquisição dos agrotóxicos tendo como referência apenas o preço mais acessível.

Utilização correta

Para Rodrigo Carvalho Fernandes, responsável pela divisão de Agrotóxicos do IMA, “a obtenção de alimento seguro depende muito da correta utilização dos agrotóxicos, adubos e fertilizantes, que devem ter as características e os níveis permitidos em um país continental situado abaixo dos trópicos, onde o clima quente e úmido favorece a proliferação de pragas, fungos e bactérias”.

Ele diz que as boas práticas em relação agrotóxicos incluídas no programa do IMA alcançam também a qualidade de vida dos trabalhadores e o meio ambiente. Os técnicos do instituto procuram, em primeiro lugar, conferir se a propriedade cumpre as normas para aquisição dos produtos, com nota fiscal e receituário agronômico. No caso da utilização do agroquímico, é fundamental a utilização do equipamento de projeção individual (EPI) do trabalhador. As ações se completam com a destinação final adequada dos resíduos.

A fiscalização é rigorosa e está gerando bons resultados em Minas. Segundo o técnico, as análises laboratoriais de 286 amostras dos produtos, em 2011, confirmaram um índice de 92% de uso adequado dos agrotóxicos.

“Esses dados reforçam a condição do Estado como referência em fiscalização de agrotóxicos, tanto nas propriedades quanto no comércio. Em 2011 foram feitas 5.472 fiscalizações do uso de produtos em propriedades rurais mineiras, correspondendo a 41% do total nacional da fiscalização. No comércio de agrotóxicos foram 3.738 fiscalizações. E nas empresas prestadoras de serviços em aplicação dos agroquímicos foram realizadas 258 fiscalizações.

O responsável pela divisão de Agrotóxicos do IMA ainda diz que Minas Gerais, por intermédio do instituto, é o Estado que mais realizou ações de educação sanitária. No ano passado, cerca de 19 mil pessoas foram alcançadas por meio de palestras e reuniões.




Fonte: SEAPA

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