segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Biosev tenta novo IPO para levantar R$ 760 milhões




A Biosev, braço sucroalcooleiro da multinacional francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC), vai tentar novamente realizar uma oferta inicial de ações, mais conhecida pela sigla em inglês IPO, na BM&FBovespa. A informação foi publicada em primeira mão na manhã de ontem no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor. A companhia, que é a segunda maior processadora de cana-de-açúcar do Brasil, já havia tentado acessar a bolsa em julho do ano passado, mas desistiu diante da baixa liquidez do mercado.

Procurada, a companhia não retornou a solicitação de entrevista da reportagem. De acordo com fontes próximas à empresa, a Biosev vai tentar captar cerca de R$ 760 milhões - valor semelhante ao que pretendia levantar na tentativa de IPO no ano passado - com a oferta de 25% do capital da empresa.

A companhia marcou uma assembleia extraordinária com acionistas para o dia 19 de fevereiro para deliberar sobre a nova tentativa de ir à bolsa. A expectativa é de que a operação seja realizada nas semanas seguintes para aproveitar o bom humor do mercado. Conforme apurou a reportagem, a Biosev tomou a decisão por entender que o otimismo do mercado de capitais melhorou, dada as emissões recentes de bonds de frigoríficos e usinas do Brasil com boa aceitação de investidores.

Além disso, após a venda em dezembro passado dos canaviais da usina São Carlos (SP) para o grupo São Martinho, por R$ 200 milhões, a Biosev está investindo mais em recuperação de áreas de cana e, por isso, tende a ter na safra 2013/14, que começa em abril, um resultado melhor a ser apresentado ao mercado.

No exercício encerrado em 31 de março de 2012 - safra 2011/12 -, a Biosev registrou um prejuízo líquido de R$ 279,4 milhões. No referido ciclo, as 15 usinas de cana-de-açúcarda empresa haviam processado apenas 28 milhões de toneladas da matéria-prima, bem abaixo de sua capacidade instalada, para 40 milhões de toneladas. A reportagem apurou que na temporada 2012/13, que termina oficialmente em 31 de março, a empresa deve apresentar um aumento de 15% de sua moagem de cana, para 32 milhões de toneladas.

Os investimentos da empresa devem ganhar mais fôlego após a conclusão do aumento de capital em curso, que visa captar R$ 600 milhões com emissão privada de ações. O prazo para subscrição e integralização das ações é 28 de fevereiro.

Um alongamento da dívida financeira de curto prazo da empresa - que em 31 de março de 2012 era de R$ 1,8 bilhão - também está sendo feito pelos bancos credores para tornar mais saudável o perfil de endividamento da companhia.

Na assembleia extraordinária de acionistas marcada para o dia 19 de fevereiro, a Biosev deve aprovar uma série de alterações acionárias para se estruturar adequadamente para ir à bolsa. A empresa pretender abrir seu capital no Novo Mercado da BM&FBovespa. A primeira das mudanças será a conversão das ações preferenciais classe A e classe B em ações ordinárias (com direito de voto) na proporção de uma ação ordinária para cada ação preferencial.

Fabiana Batista
Fonte: Valor Econômico

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