sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Varredura de Adubo

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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Condições para importação de defensivos ameaçam diversas culturas

O senador Blairo Maggi (PR-MT) alerta: as exigências para importação de defensivos para combater nova praga ameaçam diversas culturas, como algodão, soja e tomate. "Nós vivemos em uma guerra com o papel e nessa luta nós saímos perdedores", desabafou. A questão dos defensivos será tratada durante o 9º Congresso Brasileiro do Algodão e em encontro a ser promovido pela Comissão de Agricultura da Câmara e pela Frente Parlamentar da Agropecuária com a ministra Gleisi Hoffmann e mais quatro ministros.



DCI - Diário do Comércio & Indústria

Agricultura pode viver era de moderação, diz economista




Os preços agrícolas concluíram a escalada iniciada há sete anos, mas não devem sofrer um colapso. Para o economista Christopher Hurt, da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, a tendência é que a agricultura experimente um longo período de "moderação".

O economista vê um cenário de crescente equilíbrio entre oferta e demanda por alimentos, margens de lucro mais apertadas no campo e menos estímulos ao aumento da produção, mas minimiza a possibilidade de uma crise estrutural.

Para Hurt, os mercados exploraram de maneira exagerada o potencial de aumento da demanda global e subestimaram a capacidade de reação da oferta. "Ouvimos muito que teremos de alimentar 9 bilhões de pessoas até 2050, que seria impossível aumentar a área plantada. Isso é uma bobagem. Há enormes extensões de terra e muita tecnologia a serem incorporadas".

Segundo o estudioso, mais de 60 milhões de hectares foram adicionados à agricultura em todo o mundo desde 2005, com aumentos expressivos de produtividade em países como a China. "Não há um setor da economia em que um choque de demanda não tenha sido correspondido por um aumento da oferta. E se não é possível aumentar a oferta, então se muda o padrão de consumo. Nós, americanos, cortamos o consumo de carnes em 10% nos últimos anos. E ainda podemos cortar muito mais. As pessoas mudam, se adaptam. A gente pode comer diferente".

O economista afirma que a demanda chinesa por carnes (e, consequentemente, a de milho e soja para a produção de ração) tende a desacelerar nos próximos anos, assim como o uso de milho para a fabricação de etanol nos EUA. "A China é a grande locomotiva da demanda, e o fato é que sua economia está desacelerando. Isso vai reduzir o ritmo da transição alimentar pela qual está passando, o que significa que o consumo de carnes vai crescer menos".

Hurt acrescenta que, a despeito da economia mais fraca, o consumo per capita de proteínas animais (incluindo o de pescados) na China pode se aproximar dos patamares observados nos países desenvolvidos num prazo de cinco a dez anos. "Isso realmente vai reduzir o ritmo de crescimento da demanda por grãos, o que significa uma maior competição, entre EUA e América do Sul, pelo que a China vai comprar".

O economista observa ainda que os EUA já estão próximos de atingir a meta para a produção de etanol a partir do milho (de 15 bilhões de galões) estabelecida pela Lei dos Combustíveis Renováveis (RFS, na sigla em inglês). O mandato determina que a produção de biocombustíveis deve mais do que dobrar, a 36 bilhões de galões, até 2022. Mas impõe que praticamente todo o aumento daqui para frente venha de fontes mais eficientes que o milho, como a celulose e a cana-de-açúcar.

Desse modo, o consumo de milho para a produção de etanol - que mais do que dobrou desde 2007, para quase 125 milhões de toneladas anuais - está se estabilizando. "Os biocombustíveis implicaram um enorme aumento da demanda por milho, mas atingimos um platô".

O economista alerta, porém, que será impossível atingir as metas da RFS nos próximos anos, uma vez que a produção de etanol a partir da celulose ainda engatinha. Além disso, no lado da demanda, a evolução do etanol nos EUA é restringida pelo que Hurt chama de ´blend wall´ - ou barreira da mistura. "As redes varejistas de combustíveis, que são controladas pelas companhias de petróleo, não querem ser obrigadas a misturar mais do que 10% de etanol na gasolina, não querem que o governo lhes tome mais do que isso".

Diante desse cenário, o Congresso americano pode rever a RFS. Para Hurt, este é o principal fator de incerteza em relação à demanda por grãos nos próximos anos.

Os agricultores americanos pressionam pelo aumento dos volumes de etanol de milho, mas enfrentam resistência crescente por parte da indústria de aves e das associações de consumidores. "O argumento desses grupos é: ´Revoguem a lei. Estamos destinando uma enorme quantidade de matéria-prima para fazer combustíveis, elevando os preços dos alimentos, tirando dinheiro dos consumidores pobres e dando aos fazendeiros ricos´".

Hurt avalia que a oposição aos biocombustíveis não estava suficientemente organizada em 2007, quando a lei foi aprovada pelo Congresso, mas nunca foi tão forte quanto agora. "À época, predominou a obsessão por reduzir a dependência do petróleo - fazia mais sentido dar dinheiro aos fazendeiros americanos do que aos ´terroristas´ do Oriente Médio - e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Eram argumentos bons, especialmente porque não havia ninguém argumentando do outro lado".

Segundo o economista, os americanos devem adicionar pouco mais de 13 bilhões de galões de etanol à gasolina em 2013, o que corresponde a aproximadamente 10% do consumo total do combustível fóssil. "Estamos misturando tudo o que podemos. Não há como ampliar o consumo". Hurt afirma ainda que, diante das restrições à expansão da produção, a indústria do petróleo "sente que agora tem a oportunidade de matar qualquer avanço no programa de biocombustíveis".

Uma revogação da RFS, diz, seria "catastrófica" do ponto de vista da demanda. "Semanas atrás, deixei isso claro aos congressistas: ´Se vocês querem ver a agricultura americana e mundial entrarem em colapso, ouçam esses produtores de aves e acabem com o RFS´", afirma Hurt.

Segundo ele, a medida poderia criar um cenário de depressão, semelhante ao que se sucedeu ao fim da Primeira Guerra Mundial, quando os produtores franceses voltaram a plantar trigo e abastecer a Europa, minando a demanda que havia sido construída para o trigo americano.

"A outra possibilidade é o governo determinar que vamos usar o maior volume de etanolpossível, mas adequando a RFS aos níveis de produção, o que significa preservar a nossa base de demanda". Não havendo mudanças drásticas na política americana, diz Hurt, a tendência é que os preços dos grãos fiquem estáveis nos próximos anos. "Meu palpite é que viveremos um ciclo semelhante ao que se seguiu à Segunda Guerra, quanto tivemos um ´boom´ seguido de acomodação até os anos 1970. Mas isso depende do Congresso americano, e uma coisa que aprendemos é que o Congresso pode votar qualquer coisa".

Gerson Freitas Jr.
Fonte: Valor Econômico

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Etanolduto não garante já preço menor na bomba, diz mercado




O etanolduto inaugurado nesta segunda-feira (12) pela presidente Dilma Rousseff em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) não vai garantir que o preço do combustível chegue imediatamente mais barato para o consumidor na bomba, segundo especialistas e instituições ouvidos pela Folha.

A constatação contraria a declaração da presidente. Segundo ela, o transporte do etanolpelos dutos vai baratear o biocombustível para o consumidor. Dilma, porém, só não disse quando.

O etanolduto foi construído pela Logum, consórcio formado pela empresas Petrobras, Copersucar, Raízen, Odebrecht, Camargo Corrêa e Uniduto Logística, ao custo de R$ 1 bilhão e conta com recursos públicos federais.

A dutovia tem cerca de 206 quilômetros e liga Ribeirão Preto --um dos maiores polos produtores de etanol do país-- a Paulínia (117 km de São Paulo) --um dos mais importantes centros de distribuição de combustíveis.

Segundo Marcos Fava Neves, professor da área de planejamento da Fea-Usp de Ribeirão Preto, o ganho que as empresas terão com o duto será usado para fazer caixa e saldar dívidas realizadas.

"Não vai ocorrer essa queda do preço do etanol [prevista pela presidente], pois hoje se opera com prejuízo ou margens negativas. Esta economia [com o custo do transporte] deverá ser em boa parte absorvida pelas empresas", disse o docente.

De acordo com ele, a economia só será repassada para o consumidor quando o etanolfor lucrativo. "Isso acontecerá quando voltar a Cide na gasolina e cair o Icms sobre oetanol nos Estados", disse Fava Neves.

Venceslau Borlina Filho
Fonte: Folha de S. Paulo

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Para produtores, escoamento das safras por hidrovias bate as ferrovias




O investimento em ferrovias, num total de R$ 91 bilhões distribuídos entre 12 projetos definidos pelo Programa de Investimento em Logística (PIL), com previsão de instalação de 10 mil quilômetros de trilhos cortando o país de norte a sul e de leste a oeste, além da Ferrovia Norte Sul, deverá corrigir uma distorção histórica, mas com resultados no médio e longo prazo, espera o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.

Na matriz brasileira de transporte, o modal rodoviário responde por 62,7% da movimentação de cargas no país, diante de 27,7% nos EUA, segundo estimativa do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). As ferrovias transportam 21,7% das cargas, abaixo dos 41,5% alcançados nos EUA, e seus custos são 35% maiores no Brasil. No total, incluindo todos os modais, as cargas brasileiras pagam um frete quase 42% mais alto. Apenas com a replicação pelo Brasil da matriz implantada nos EUA, mesmo mantendo os mesmos custos de frete, o Ilos estima uma economia de 2% do PIB, algo como R$ 88 bilhões a valores de 2012, com redução de 35% nas emissões de gases formadores do efeito estufa.

Para o engenheiro Renato Pavan, da Macrologística, no entanto, o programa de investimento em infraestrutura anunciado pelo governo "continua sem visão sistêmica e sem a preocupação de reduzir custos. Sabemos que o custo do transporte hidroviário é metade do ferroviário e quatro vezes menor do que o rodoviário, mas as hidrovias do Tocantins, Juruena-Tapajós-Madeira foram relegadas a um segundo plano". Figueiredo considera que os investimentos previstos refletem "o consenso entre todos os que estudam logística no país, contemplando as prioridades indicadas pelo senso comum nesta área".

Essas hidrovias, diz o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, permitiriam escoar a produção de Mato Grosso, maior produtor brasileiro de grãos, respondendo por um quinto da produção nacional, a um custo US$ 100 mais baixo por tonelada, na comparação com a saída para os portos das regiões Sudeste e Sul. A partir de 2014, as principais tradings do país e produtores de Lucas do Rio Verde e Sorriso, ambas em Mato Grosso, começam a operar um eixo de transporte até o porto de Vila do Conde, no Pará, subindo de caminhão até Itacoatiara e seguindo de barcaças o restante do trajeto, diminuindo o impacto nos portos de Paranaguá e Santos.

Instalada em Nova Olímpia, a 200 km de Cuiabá, a Usinas Itamarati desenvolveu um sistema bimodal de logística, com uso de rodovia e hidrovia, para escoar sua produção de açúcar. Com oito centros de distribuição instalados em Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará, que juntamente com Acre, Amapá e Peru formam o que a empresa chama de seu "mercado vocacional", a usina utiliza caminhões para cobrir 1,3 mil quilômetros até Porto Velho, de onde a carga segue por via fluvial até Manaus, Santarém ou Belém, dependendo de seu destino final. "Conseguimos uma redução de 10% no custo do frete, se comparado à opção de escoamento para o Sudeste", afirma o gerente geral de logística e comercialização da Usinas Itamarati, Paulo César Leite.

Na safra 2013/14, a usina deverá produzir 6 milhões de sacas de 50 quilos de açúcar, das quais 43% serão escoadas pelo sistema rodofluvial. Os gastos com transporte, exclusivamente, representam 10% a 15% do custo total de escoamento e consomem 8% do faturamento. "Conseguimos repassar o custo de transporte no preço e este é um dos nossos diferenciais", diz Leite.

A empresa, fundada em 1980 e atualmente com capacidade instalada para 6,3 milhões de toneladas de cana, reforçou recentemente sua frota própria, com a aquisição de 10 novos caminhões, ampliando-a para 31 veículos.

Lauro Veiga Filho
Fonte: Valor Econômico

Citros/CEPEA: Com oferta reduzida, tahiti valoriza 17% em um mês

No mercado paulista de lima ácida tahiti, a procura segue estável, mas a oferta reduzida tem impulsionado os valores da fruta pagos ao produtor. A média de julho ficou em R$ 21,00/cx de 27 kg, colhida, valor 16,5% maior que a média do mês anterior. Segundo agentes consultados pelo Cepea, essas as altas poderiam ser ainda maiores, mas a concorrência com as frutas de outros estados está limitando os avanços. Para a laranja pera, as vendas ainda não ganharam ritmo e a oferta elevada pressiona os valores. Produtores acreditam que, a partir desta semana, o volume negociado deva aumentar com o retorno das aulas. Além disso, as indústrias devem liberar a entrega de maiores volumes de laranja pera, reduzindo a disponibilidade no mercado in natura. Em julho, a pera teve média de R$ 6,20/cx de 40,8 kg, na árvore, recuo de 7,58% em relação à média de junho.



Cepea/Esalq

Brasil pesquisa combustível de sorgo, arroz, capim, mandioca e até de alga




O Brasil avança em pesquisas para extrair etanol de produtos como bagaço e palha de cana, sorgo, capim, arroz, mandioca e até de alga. Mas a falta de viabilidade econômica para chegar aos tanques dos carros do país emperra a escala industrial desse tipo de etanol. A Embrapa Agroenergia é uma das empresas que detém a tecnologia para o chamado etanol de segunda geração (2G), o chamado Etanol Lignocelulósico, que pode ser obtido a partir do bagaço da cana, de capim e do sorgo. Segundo a pesquisadora Sílvia Belém, a tecnologia pode revolucionar o setor:

— Este etanol permitirá um uso muito mais racional da cana, além de permitir a produção de combustível ecológico em locais inapropriados ou proibidos para o cultivo da cana. Agora estamos pesquisando para torná-la economicamente viável — conta.

Há em andamento no país quatro projetos para desenvolver etanol usando bagaço e palha de cana, em parceria com universidades, no primeiro grande movimento de união da academia com as empresas do setor, segundo a professora titular do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da UFRJ, Elba Bon. Ela coordena o Laboratório de Etanol da UFRJ, que será inaugurado no dia 29 deste mês, com investimento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) de R$ 10 milhões e de R$ 4 milhões do governo japonês.

Segundo a professora, o projeto mais adiantado é da Granbio, que recebeu R$ 600 milhões do BNDES para começar a produzir a partir desses subprodutos da cana, em Alagoas. O grupo tem convênio com a Ridesa, rede de dez universidades federais, para desenvolver novos tipos de cana. Há ainda a ETH, braço agroindustrial da Odebrecht, que firmou convênio com a UFRJ, que já produz as enzimas para produzir etanol dos restos da cana, e com a Unicamp. Elba também afirma que a Raízen, união da Shell e Cosan, está desenvolvendo sua própria tecnologia e buscando as universidades. O Centro de Tecnologia Canavieira é outro que aposta nas enzimas.

O aproveitamento dos restos da cana aumenta em mais de 40% a produtividade da planta. Com uma tonelada de cana, é possível produzir 80 litros de etanol. Aproveitando-se a biomassa da planta, extrai-se mais 35 litros de etanol.

— Esse resultado é conseguido usando 12% de bagaço e 50% da palha da cana — diz Elba.

Outro incentivo vem da proibição total de queimadas em São Paulo, em 2031, na parte em que a colheita é manual. Na colheita mecanizada, a proibição é a partir de 2021.


Segunda geração já em 2014

Além disso, a Embrapa Agroenergia estuda a produção de etanol a partir do arroz e da mandioca. O maior avanço, o chamado etanol de terceira geração, é o que está sendo pesquisado a partir de microalgas.

— Essa frente de pesquisa pode ser revolucionária. Hoje, para cada litro de etanol obtido da cana, sobram 14 litros de resíduos, que são usados como adubo por falta de destinação melhor. Nossa ideia é usar este líquido para cultivar estas algas que gerarão combustíveis — disse Sílvia, da Embrapa.

Segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) no Brasil, a produção do etanolde segunda geração deve começar em 2014: "Mas ainda não é possível afirmar a partir de quando esse tipo de produção poderá responder por parcela importante da produção deetanol", diz a Unica, em nota.

Henrique Gomes Batista e Cássia Almeida
Fonte: O Globo

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Bioeletricidade: falta de estímulo ou de integração?




Para o próximo leilão A-5 de energia nova, foi anunciado um preço teto de R$ 140,00 por MWh. Para esse preço teto, provavelmente teremos, dependendo da quantidade, e já prevendo poucos projetos, um preço de realização por volta de R$ 120,00 por MWh.

Qual o significado desses preços para o setor? Analisemos esses preços sob os mais variados pontos de vista, para tentar chegar a uma conclusão.

Se compararmos esses preços, em relação aos preços atualizados das vendas dos primeiros leilões, esses valores são muito baixos.

Mas, esses preços baixos teriam que ser analisados pelas mudanças ocorridas nesses últimos anos, ou seja, aconteceram avanços tecnológicos significativos que reduziram os custos de geração, as isenções fiscais para os equipamentos e a redução dos custos do financiamento, permitiram toda essa redução dos custos?

Se considerarmos o atual cenário vivido pelo setor sucroenergético, esses valores são decepcionantes pois não servem de estímulo sequer para tomar o risco do empreendimento, mas por contemplar uma correção automática dos preços, não seria atrativo para ir melhorando a contribuição do fluxo de caixa das usinas?

Teríamos projetos "greenfields" mais competitivos, ou projetos com necessidade de mudança de caldeiras sucateadas para estar participando desses leilões?

Hoje, existem alternativas de térmicas competitivas, de outras fontes limitando esses valores como preços tetos? Sem a competição dos projetos eólicos, dizem que as térmicas a carvão poderiam competir nesses níveis de preços, pois teriam uma geração anual, um carvão próximo da térmica e com custos baixos, apesar de poluentes.

Se essa alternativa for comprovada no leilão, podemos deduzir que as questões de externalidades positivas nada significam para a composição da matriz elétrica brasileira e continuam praticando como prioridade a modicidade tarifária nos preços praticados nos leilões e não no relógio do consumidor.

Pela analise dos pontos já mencionados acima podemos concluir que continuamos sem estímulo para aproveitamento desse enorme potencial e não há por parte dos responsáveis qualquer conhecimento da necessidade de integrar os produtos do setor, para viabilizar o seu importante desenvolvimento.

Ora, mas dizem que o setor apresentará projetos para competir no leilão e isto será verdade? Sim, é verdade pois podemos ter projetos já preparados e implantados que não conseguiram entrar nos leilões anteriores, existem usinas que analisam os investimentos separadamente entre os produtos, na sua capacidade de produção e podem existir projetos de aproveitamento do potencial já existentes que podem ser viabilizados com esses valores.

Dentro desse cenário, se verdadeiro, o futuro do aproveitamento da biomassa do setor, vai depender dos ganhos de eficiência com geração anual e desenvolvimento tecnológico, na secagem do bagaço, no aproveitamento da palha, reduzindo os custos de geração, que precisam ser desenvolvidos pelas usinas pioneiras que venderam suas energias por preços muito remuneradores.

Onório Kitayama
Diretor da Nascon Agroenergia

Receita com exportação de milho tem crescimento de 192%




A receita do Brasil com a exportação de milho cresceu este ano 192% e poderia ter crescido mais se a produção não tivesse que passar por tantos gargalos na viagem da lavoura até o porto.

Quem vê de longe uma colheitadeira na lavoura de milho, não imagina a operação complexa que está por trás dessa tarefa. O agricultor Argino Bedin cultivou 13 mil hectares de milho, na segunda safra, em sua fazenda no norte de Mato Grosso. Ele espera colher 100 mil toneladas do cereal e, para as máquinas não pararem, o planejamento é cuidadoso.

"Cada colheitadeira tem um transbordo, que a máquina não pára de colher. A colheitadeira descarrega nos transbordos, que descarrega nos caminhões, que são todos rodotren basculantes. Depois vai até o armazém, pesa, descarrega e volta para a lavoura. É jogo rápido aqui", explica o agricultor.

Argino Bedin começou a colher o milho no início de junho, antes mesmo que a lavoura atingisse o ponto ideal. Ele tomou essa decisão para aproveitar a disponibilidade de caminhões pra fazer o transporte.

Mesmo assim, quando a colheita chegou ao pico, o agricultor começou a ter problemas. A exportadora com a qual ele tem contrato suspendeu a retirada do milho na fazenda na primeira quinzena de julho. O carregamento no porto tinha sido interrompido por causa da chuva e de protestos nas estradas. Isso provocou um atraso de nove dias na colheita.

Este ano, a previsão é que 70% da colheita seja para o mercado externo. Só que os desafios para cumprir essa meta são enormes. Nos últimos três anos, o estado do Mato Grosso conviveu com situações como milho colocado a céu aberto por falta de armazéns e de caminhões para o transporte. Este ano, as cenas voltaram a se repetir na região de Sinop.

As estradas são outro gargalo. De Sorriso a Cuiabá, boa parte da BR-163 é de pista simples. "Estou há quase 20 minutos atrás de um caminhão e não consigo fazer uma ultrapassagem porque a estrada não ajuda. Por isso acontece muito acidente com morte na rodovia", afirma o caminhoneiro Délcio Kappes. Ele faz uma rota que sai de Sorriso e desce pela BR163, passa por Cuiabá, Rondonópolis, desce para Campo Grande e segue até a divisa do estado de São Paulo.


Viagem até o porto

A carreta entra no estado de São Paulo na altura de Presidente Epitácio, segue pelo sudoeste até Ourinhos e depois chega ao município de Sumaré, onde a empresa exportadora aluga um entreposto para armazenar os grãos.

O milho fica depositado no local à espera da autorização para descer pro porto. Só que o descarragamento às vezes é demorado. "Tenho agora 60 caminhões na minha frente e mais um equipamento que está quebrado, três dias é a previsão que me deram", explica Délcio Kappes.
De Sumaré, o milho segue de novo por rodovia direto para o porto. No total, desde que saem de Sorriso, em MT, até Santos, os caminhões rodam cerca de dois mil quilômetros.

No porto de Santos, há onze terminais que operam com grãos. No mês de julho, como choveu muito e os embarques foram suspensos, os depósitos ficaram lotados.

Alexandre Moura é diretor da exportadora que comprou o milho de Argino lá de Mato Grosso. Ele diz que o custo de todos os entraves nesse caminho é de responsabilidade da empresa. E isso acaba influenciando no preço final do produto.

"No caso do milho, o frete representa uma parcela até maior do que o próprio custo do produto. Hoje a gente tem um custo de R$ 17 pra chegar no porto de Santos, com mais R$ 11 do preço do milho, então a gente chega com R$ 28", explica Alexandre Moura, gerente de portos da Tranding. Ou seja, no caso do milho, o preço do frete é bem maior que o valor da saca na origem.

Um navio de bandeira das Ilhas Marshal vai levar 33 mil toneladas de milho para Tunísia. A equipe de reportagem foi autorizada a mostrar como é feito o carregamento. As esteiras fechadas trazem o produto dos silos. Todo o embarque dos grãos é feito com os porões abertos, por isso é tão importante que o tempo esteja firme. Este navio precisou esperar 21 dias para atracar no porto de Santos.

Com o clima seco desta semana, foi possível encher em 54 horas os cinco porões, distribuídos em 190 metros de navio. A previsão é desembarcar essa carga de milho na Tunísia, no continente africano, até o dia 20 de agosto. O Brasil deve exportar 15 milhões de toneladas de milho este ano.

Fonte: Globo Rural

Competitividade vai ser comprometida, afirmam indústrias




As companhias químicas, petroquímicas, siderúrgicas e de máquinas e equipamentos receberam com preocupação a notícia de que o governo não vai renovar em outubro a proteção concedida à indústria nacional por meio aumento do imposto de importação. Os 100 produtos que tiveram aumento de alíquotas de setembro do ano passado voltarão aos patamares que vigoravam antes da elevação. Para a maioria das indústrias ouvidas pelo Valor, a decisão se traduzirá em redução de competitividade e os efeitos dessa medida sobre a inflação serão nulos.

Da lista de 100 itens que tiveram aumento da alí quota, 20 são do setor químico. "Estamos extremamente preocupados. O déficit da nossa balança comercial, que bate recorde todo ano, poderá atingir US$ 33 bilhões", disse Fernando Figueiredo, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). No ano passado, o rombo do setor químico atingiu US$ 28,1 bilhões. Para este ano, a Abiquim previa que o déficit atingisse os US$ 30 bilhões. Dados anualizados de julho de 2012 a junho deste ano mostram que o buraco chegou a US$ 31 bilhões, de acordo com Fátima Ferreira, diretora de economia da Abiquim. Sete grandes grupos serão afetados diretamente - Oxiteno (do Ultra), Elekeiroz, Basf, Braskem, Unigel, Dow do Brasil e Lanxess. "Há empresas que cogitam fechar unidades produtoras", disse Figueiredo.

O aumento da alíquota dos produtos químicos - entre 20% e 25% -, que em teoria deveria reduzir as importações, não surtiu o efeito esperado. "Neste primeiro semestre, houve um aumento de 13% nas importações e 6% em receita sobre o mesmo período de 2012", disse a diretora da Abiquim. Entre janeiro e junho deste ano, as importações desses 20 produtos atingiram US$ 954 milhões, 6% a mais que em igual período de 2012. Pelo índice calculado pela Abiquim, a alta de preço desses produtos entre setembro do ano passado - mês anterior ao aumento da alíquota - e junho deste ano foi de apenas 2,56%.

"O nosso produto, o metilato de sódio [incluído na lista], é um catalisador, utilizado na produção de biodiesel. A Basf é a única produtora da América Latina. E o biodiesel é considerado um programa estratégico do governo", disse ao Valor Marcelo Perracini, gerente de relações com o governo da Basf. Segundo Henri Slezynger, presidente do grupo Unigel, o dólar mais alto não significa uma proteção natural às importações. Vale lembrar que os preços de produtos químicos e petroquímicos são dolarizados por causa da nafta, com cotação no mercado internacional.

Na avaliação de representantes do setor de resinas, o retorno da alíquota de importação do polietileno (PE) para 14% -com a elevação, havia chegado a 20% - não terá efeito material enquanto medida de controle da inflação. Ao mesmo tempo, prejudicará a competitividade do produto nacional, que enfrenta a concorrência de produtos importados. "Isso pode prejudicar, sim, competitividade da indústria nacional. Com o fenômeno do gás de xisto [´shale gas´], os preços da matéria-prima no mercado internacional são infinitamente mais baixos do que os da matéria-prima usada no país", disse uma fonte. Em relação aos preços domésticos da resina, conforme a fonte, não houve em momento algum alteração na política setorial, de alinhamento aos valores praticados no mercado global.

A redução da alíquota de importação do aço, de 25% para 12%, é "muito nociva" para o setor siderúrgico brasileiro, uma vez que permanecem as condições adversas que levaram o governo a incluir o insumo na lista dos 100 produtos beneficiados pela elevação do imposto, na avaliação do presidente-executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes. "Não há razão que justifique essa nova decisão. As condições que levaram o governo a majorar algumas alíquotas em 2012 não mudaram", disse. "[Adotar a medida] é definir um futuro mais difícil para o setor". Mundialmente, há 587 milhões de toneladas de capacidade instalada excedente de aço, volume que corresponde a 16 vezes a produção brasileira e a 22 vezes o consumo no país. "Causa muita surpresa e apreensão essa medida", ressaltou.

Historicamente, a fatia do aço importado no consumo nacional é de 5% a 6%. Em 2010, passou a 20%. No ano passado, caiu a 16%, mas reforçou percepção de que há "perda de competitividade sistêmica" da siderurgia nacional. "Isso não acontece só com o aço. Há um processo de desindustrialização diante da competição forte dos importados também em outros setores", ponderou. Segundo o IABr, em junho, as importações totalizaram 240 mil toneladas (US$ 352 milhões). No acumulado do semestre, alcançaram 1,7 milhão de toneladas, queda de 14,6% em relação ao mesmo período de 2012.

O setor fez reajuste de preços de até 9% no início deste ano.

Para o presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, contudo, a decisão do governo federal tem pouco impacto sobre o grupo. Disse que só um produto, o fio-máquina, está na lista que teve o imposto elevado em setembro do ano passado. "Então, não tem um impacto tão grande para nós."

Para o setor de máquinas e equipamentos, a decisão vai prejudicar empresas que fabricam os tipos de máquinas que hoje estão na lista da Câmara de Comércio Exterior (Camex), afirma Klaus Curt Miller, diretor de comércio exterior da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Segundo cálculo da Abimaq, as importações de produtos das 11 categorias (NCMs) do setor de bens de capital atualmente incluídos na lista da Camex caíram 21%, em volume (kg), desde o início do aumento das alíquotas, em outubro do ano passado, até o fim de junho deste ano, na comparação com o período de outubro de 2011 a junho de 2012.

Para a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), as importações de disjuntores, vidros e válvulas hidráulicas crescerão com o fim da proteção à indústria nacional por meio de imposto de importação mais elevado. Cover não traçou projeção, mas afirmou que o total dos desembarques de materiais deve ter expansão maior que os 4% do primeiro semestre e que eram estimados inicialmente para o ano.

Mônica Scaramuzzo, Stella Fontes e Olivia Alonso com
colaboração de Sérgio Huck Bueno e Chiara Quintão
Fonte: Valor Econômico

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Safra de soja beira os 90 milhões de toneladas




O Brasil deverá viver mais um período de área e produção recordes de soja na safra que será semeada neste ano e colhida no próximo.

As primeiras estimativas das consultorias indicam que a área deverá ficar próxima de 30 milhões de hectares, enquanto a produção se aproximará dos 90 milhões de toneladas. Esses números nunca foram vistos no país.

O primeiro levantamento da AgRural indica que os produtores brasileiros deverão dedicar 29,5 milhões de hectares para a soja, 6% mais do que na safra 2012/13.

Se os dados da área se consolidarem e a produtividade mantiver a tendência das últimas dez safras, a produção deverá atingir 89,1 milhões de toneladas, segundo a consultoria. Neste ano, o país produziu 81,5 milhões.

Daniele Siqueira, analista da AgRural, diz que, embora as cotações de Chicago apontem valores inferiores aos de há um ano, a alta do dólar tem um efeito positivo sobre os preços em reais.

A Safras & Mercado prevê uma ampliação da área para 29 milhões de hectares na safra 2013/14, um avanço de 4% em relação à anterior.

Se a área for confirmada e o clima ajudar, a produção nacional subirá para 88,2 milhões de toneladas, nas contas da consultoria.

Perspectivas de lucratividade, oferta de crédito oficial e privado, além de estimativas de preços médios bons, estão levando mais produtores para a soja, segundo os analistas da Safras.

Leonardo Sologuren, da Clarivi, está terminando o primeiro levantamento de intenção de plantio. Os números não serão muito diferentes dos apresentados pelas demais consultorias, diz ele.

Na avaliação de Sologuren, o grande perdedor nesta safra que se inicia será o milho.

Ele também acredita que os preços da soja, a evolução do crédito e o câmbio pesam a favor da oleaginosa.

A confirmação desses números para o país na safra 2013/14 serão um desincentivo ao plantio em 2014/15, segundo Sologuren.

Além de safra recorde no Brasil, os demais países da América do Sul e os Estados Unidos terão bons números, o que permitirá uma recomposição dos estoques.

Essa recomposição, mais uma desaceleração da economia chinesa, deverá influenciar nos preços.

Mauro Zafalon
Fonte: Folha de S. Paulo

Novos terminais de Santos só entrarão em operação em 2016




Apesar de o governo federal ter lançado um pacote para os portos em dezembro no qual anunciou investimentos imediatos no setor, os novos grandes terminais de Santos, o maior porto do país, só começarão a operar em 2016.

O governo decidiu não encerrar os contratos em vigor de 23 terminais que pretende licitar neste ano, adiando, assim, a entrada de novas empresas até que eles comecem a vencer, daqui a três anos.

Para novos investidores entrarem após a concorrência, o governo teria que ressarcir os atuais arrendatários. Segundo a Secretaria de Portos, isso não está sendo considerado: "Contratos em vigor terão seus prazos de vigência respeitados", afirma.

Ainda assim, como a maioria das concessões prevê possibilidade de renovação por mais 20 anos, há risco de as empresas que operam no porto recorrerem à Justiça para manterem seus terminais.

Estudos sobre a nova configuração de Santos obtidos pela Folha mostram que o governo avaliou 25 áreas ocupadas. Dessas, 23 serão relicitadas e reagrupadas, formando 10 terminais. Um terminal em área vazia também será leiloado.

Em oito áreas, a reconfiguração do porto não implicará grandes alterações. Isso ocorrerá apenas em duas áreas: Saboó e Ponta da Praia.

No Saboó, cinco terminais existentes vão ser transformados em um, para contêineres e carga geral. Três empresas do local estão em litígio com o governo e uma delas, a Rodrimar, tem liminar para permanecer até 2016.

Na Ponta da Praia, onde ocorrerá o mesmo, há contratos em vigor até 2017. Um deles é com a ADM, que informou não ter sido informada do plano de relicitação e diz estar "confiante na renovação" prevista, de 20 anos.

A Libra, operadora do terminal de um contêineres a ser leiloado nessa área, informou que tem contrato até 2015 e espera a renovação por ter investido "R$ 200 milhões".


Riscos

Dos contratos analisados, dez companhias têm liminares reconhecendo direito a mais tempo de uso ou a indenizações. Problemas jurídicos e contratos em vigor são riscos à licitação no curto prazo, segundo a Ebp (Estruturadora Brasileira de Projetos), responsável pelos estudos dos portos para o governo.

Alguns terminais em Santos e em Belém serão licitados por 5 a 12 anos. Para Wilen Manteli, presidente da Abtp (Associação Brasileira de Terminais Portuários), tal prazo contradiz o discurso oficial.

"Quem vai recuperar investimento em cinco anos?", questiona. "Isso vai tumultuar ainda mais o setor."

Hélio Vasone Júnior, presidente da Localfrio, empresa que tem um terminal de contêiner refrigerado em Santos com contrato até 2017, diz que planejara, em 2011, investir R$ 70 milhões. Mas afirma ter desistido do plano porque sua concessão será licitada. "Agora vamos puxar o freio."

A Secretaria de Portos defende os estudos, afirmando que eles "primam pela viabilidade técnica, econômica e ambiental", e que os prazos serão adequados ao tamanho dos investimentos propostos.

Dimmi Amora
Fonte: Folha de S. Paulo

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