Com estoque inicial estimado em 9,5 milhões de toneladas e a produção da 1ª safra prevista em 35,0 milhões de toneladas, o país planta sua maior área de milho safrinha (2ª safra) já registrada. Estima-se que o plantio desta cultura seja de 7,5 milhões de hectares; com área 26,6 % superior ao plantio da safra 2011. Com o zoneamento agrícola o melhor período recomendado para plantio finda em 10/03/2012 daí pra frente o risco de baixa produtividade aumenta a cada dia.
Mesmo que por decreto o governo queira, alterar a ordem cronológica do clima ampliando o prazo para plantio com cobertura de PROAGRO e/ou SEGURO AGRÍCOLA, o produtor deve ter em mente que as chances de alta produtividade nas lavouras plantada tardiamente são pequenas, recomendando-se toda prudência possível na condução das lavouras e investimentos futuros (1), ou seja, a ordem é botar o pé no freio e não fazer investimento algum até que a colheita esteja definida.
Se de um lado o produtor deve ter prudência, o lado dos consumidores a conta é outra. Andam no fio da navalha ou na saia justa, com a estimativa de que em condições normais a safrinha vai produzir 25,5 milhões de toneladas do cereal; no entanto, com tanta catástrofe ocorrendo a nível mundial, não podemos descartar de ver frustrada a expectativa de uma boa colheita na safrinha. Isto posto a conta é: estoques iniciais brasileiros (9,5 milhões/t.), mais a produção da 1ª safra (35,0 milhões/t.), menos o consumo interno estimado em 52,0 milhões de toneladas e menos as estimativas de exportação (8,5 milhões/t.), a safrinha vai ter que produzir no mínimo 16,0 milhões de toneladas. Daí, quem está acostumado a comprar da mão pra boca (2), pode passar fome ou ter que pagar muito mais do que pode pelo milho.
A saída para o lado dos consumidores é aproveitar os preços atuais da fase da colheita e formar estoques, prevenindo-se do aumento excessivo dos preços no caso de haver frustração da colheita do milho na 2ª safra e com as boas graças de colheita farta deve o governo prevenir-se formando estoques estratégicos à suprir o consumo interno no futuro.
Tudo nos remete a outras situações em caso de sinistro da safra; de um lado o controle dos preços, que ficam à deriva do tsunami econômico iniciado em 2008; de lá pra cá os preços das commodities subiram abruptamente e, de outro o país que não ter estoque para enfrentar demandas futuras, a saída é estimular via aumento do preço mínimo o plantio do cereal que hoje é fonte de alimentação de todo país.
*(1) – Aquisição de máquinas, implementos, melhorias, etc .... ;
*(2) – Estratégia adotada por industrias e consumidores de milho de efetuar compras conforme a necessidade, formando um estoque mínimo.
Contato José Donizeti Pitoli: pitoli@onda.com.br
Fonte: José Donizeti Pitoli
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