O dólar terminou praticamente estável ante o real nesta quarta-feira, com a apreensão de investidores sobre o anúncio de novas medidas no mercado de câmbio sendo contrabalançada pelo apetite por risco no cenário internacional, num dia em que novamente o Banco Central não interveio no mercado.
Dados preliminares apontam que o dólar comercial fechou com alta de 0,06%, negociado a R$ 1,765 na venda. Na terça-feira, a moeda subiu 1,55%, a R$ 1,764.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para abril mostrava valorização de 0,33%, a R$ 1,776.
O Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, recuava 0,12%, a 79,70 pontos. Enquanto o euro subia 0,27%, a US$ 1,314.
"O mercado tem incorporado bem os alertas do governo de querer impedir mais valorização do real. Por isso o dólar não teve força para ficar em queda", disse o operador de câmbio da Renascença Corretora José Carlos Amado.
Para a Nomura Securities, o viés de alta do dólar desacelerou "um pouco", mas aparentemente a moeda está consolidando um movimento lateral em vez de devolver os recentes ganhos. A instituição calcula que há pontos de resistência para a cotação em R$ 1,787 e de suporte em R$ 1,756.
Nesta quarta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a alertar que o governo está preparado para evitar excesso de liquidez na economia e não permitirá a criação de bolhas financeiras, nem especulação contra o real nos mercados futuro e à vista.
As autoridades vêm endurecendo o tom contra uma excessiva valorização do real. Apenas na semana passada, o governo adotou duas medidas para evitar a enxurrada de capitais ao país e continuou alertando que poderá tomar mais ações.
Dados do BC mostraram que o fluxo cambial na semana passada ficou positivo em US$ 2,920 bilhões, terminando fevereiro com superávit de US$ 5,705 bilhões. O número do mês ficou abaixo do saldo positivo de US$ 7,283 bilhões registrado em janeiro.
A melhora no sentimento, contudo, evitou que o dólar fechasse com sólida alta, segundo o operador de uma corretora paulista, que pediu anonimato.
As praças financeiras internacionais tinham um dia de recuperação, amparadas por números melhores que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos e por algum alívio nos temores de um calote grego.
Fonte: Folha Online
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