terça-feira, 6 de março de 2012

Crescimento da cana com cautela no MT

Setor sucroalcooleiro de Mato Grosso pode enfrentar dificuldades para ampliar a produção, como quer o governo federal



O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), Jorge Santos, afirma que os produtores mato-grossenses terão que avaliar com cuidado a proposta do governo federal para aumentar a produção de cana-de-açúcar. O diretor aponta a dificuldade de mercado e o zoneamento como
problemas que podem impedir o produtor de ampliar a produção. A expectativa é que as 10 indústrias de etanol ativas em Mato Grosso produzam, nesta safra, 842.891 metros cúbicos de etanol.

O Plano Estratégico do Setor Sucroalcooleiro terá recursos são de R$ 65 bilhões para todo o Brasil. Esse dinheiro é para expandir a área plantada ou para renovar os canaviais. O plantio da cana-de-açúcar está sendo concluído em Mato Grosso e a expectativa é que sejam plantados pelo menos 224 mil hectares de cana. A produção deve ser de 14,1 milhões de toneladas, pelo menos 10 milhões de toneladas a mais que na safra passada, quando foram processadas 13,1 milhões de toneladas.

O plano do governo federal está baseado em 3 medidas que atenderão à crescente demanda nacional e o potencial do mercado externo por etanol. A 1ª é a renovação de 6,4 milhões de hectares de cana-de-açúcar até 2015, com um custo estimado em R$ 29 bilhões. A segunda ação é atender à capacidade instalada das usinas. Para isso, o governo vai investir R$ 8,5 bilhões em 1,4 milhão de hectares. A meta anual para ampliação do canavial engloba 355 mil hectares, com valor estimado em R$ 2,1 bilhões. E a 3ª medida consiste em elevar
a oferta de matéria-prima para as indústrias. A demanda por etanol prevista até 2015 vai exigir ampliação das áreas de produção de cana-de-açúcar em 3,8 milhões de hectares, que envolverão recursos na ordem de R$ 23 bilhões.

As medidas contarão com o trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na pesquisa de novas variedades de cana. Um dos estudos busca o desenvolvimento de variedades resistentes à seca e adaptadas à região Centro-Oeste, com recursos previstos de R$ 40 milhões, entre 2012 a 2015. A Embrapa também desenvolverá tecnologias para a produção de etanol celulósico, fundamental para o aproveitamento da biomassa da cana-de-açúcar.

Fonte: Gazeta Digital

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