quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Soja lidera as quedas na BM&F




Outubro também foi um mês de queda quase general para as commodities agropecuárias negociadas na BM&FBovespa. Conforme cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega, a soja liderou as baixas em relação às médias de setembro, com uma variação negativa de 7,10%, seguida por etanol (3,43%), café arábica (2,60%), boi gordo (1,77%). Só o milho subiu (2,69%).

Em linha com o comportamento das cotações na bolsa de Chicago (ver matéria acima), a soja alcançou sua maior média mensal em agosto, por conta da quebra da safra americana, castigada pela mais severa estiagem naquele país em mais de 50 anos. Mesmo assim, a média do mês passado foi 22,83% superior a de dezembro e 17,12% maior do que a de outubro de 2011.

O milho se mostrou menos afinado com as oscilações da bolsa dos EUA e subiu ainda por conta dos reflexos externos e da boa demanda. Assim, a valorização sobre dezembro chegou a 24,74% e em relação a outubro do ano passado, a 4,9%. Uma das diferenças em relação aos fatores que guiaram as cotações em Chicago é que a segunda safra (safrinha) da temporada 2011/12 no Brasil foi recorde, puxada pelo forte crescimento no Estado de Mato Grosso.

O volume é tão grande que as exportações do cereal no ciclo 2011/12 estão estimadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 17,5 milhões de toneladas, quase o dobro do volume embarcado na safra 2010/11 e um novo recorde histórico. E, nunca é demais lembrar, grande parte dessas exportações aproveitou as fortes altas dos preços internacionais em meados do ano, impulsionados pela mesma quebra da safra americana que elevou a demanda pelo produto brasileiro.

Outra commodity que, como a soja, andou em linha com as oscilações das bolsas dos Estados Unidos - nesse caso, com a bolsa de Nova York - foi o café, que, pressionado pelo andamento da colheita, fechou outubro com cotação média 2,6% inferior na BM&FBovespa. Em relação à média de dezembro, a baixa já chega a 27,54%; sobre outubro do ano passado, atingiu 31,30%.

Confirmando que o ciclo é mesmo positivo para as margens de lucro dos frigoríficos de carne bovina - que, em geral, preveem que a situação deverá permanecer assim inclusive ao longo do ano que vem -, em boa medida devido à oferta confortável, o preço médio do boi gordo recuou 1,77% em outubro, deixando como saldo uma alta de 0,99% na comparação com dezembro e uma queda de 8,91% sobre outubro de 2011, segundo o Valor Data.

Com mais uma queda em outubro, o etanol passou a registrar retração de 16,51% na comparação com a média de dezembro e baixa de 18,24% sobre outubro de 2011. E, como já analisou o Valor, nem a queda de preços tem sido suficiente para uma recuperação contundente do consumo no biocombustível no mercado doméstico, que passou a sofrer com uma espécie de "crise de confiança" por parte dos motoristas dos veículos flex fuel.


Fonte: Valor Econômico

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