quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Biocombustíveis levam Galp Energia a assinar convénio com IICT




Galp Energia assinou Convénio com o Instituto de Investigação Cientifica Tropical (IICT) no domínio da produção de combustíveis, para reforço da investigação científica em culturas de oleaginosas.
O IICT vai proceder ao estudo e desenvolvimento da gestão agrícola e florestal, seleção de plantas que melhor se adaptem a determinadas condições limites de temperatura, água, doenças e pragas, bem como estudar as alterações no uso dos solos provocadas pelas oleaginosas, analisar o balanço do carbono e os impactos socioeconómicos para a comunidade.

Para a Galp Energia este Convénio justifica-se, dado que a empresa pretende reforçar o envolvimento na produção de biocombustíveis.

Carlos Manuel Costa Pina, Administrador Executivo da Galp Energia explicou que: «a Galp Energia tem neste momento em curso um ambicioso programa de Investigação e Desenvolvimento que corresponde, por um lado, a um dos seus compromissos enquanto concessionária na atividades de exploração e produção de petróleo, mas para além disso corresponde aquilo que é a sua ambição no sentido de estar na linha da frente em tudo o que é projetos de eficiência energética e processos que contribuam para a redução de emissões de CO2, na linha aliás daquilo que são as exigências europeias, nacionais e internacionais».

Do lado do IICT, o Convénio agora assinado com a Galp Energia vai permitir colocar em destaque a capacidade científica do Instituto no domínio das culturas oleaginosas.

Cristina Vaz Tomé, Vice-Presidente do IICT explicou que: «as mais-valias são a capacidade do IICT provar a si próprio e mostrar neste caso ao sector privado, e uma empresa de referência portuguesa nas áreas de biocombustíveis, que somos capazes e que temos as competências necessárias para que, neste caso, a Galp atinja os seus objetivos no ponto de vista daquilo que é a área dos biocombustíveis. Não só de biocombustíveis, mas também na área de coberto florestal».

Para a Galp Energia, os biocombustíveis são uma área onde mantém investigação em curso com envolvimento de vários centros de investigação nacionais.

«A Galp está neste momento a desenvolver diversos projetos de investigação associando com isso o sistema cientifico nacional, no sentido de identificar procedimentos, tecnologia que permita não só otimizar aquilo que é o desenvolvimento da sua atividade, como também contribuir para a produção e utilização de energia da parte dos consumidores no limite, de modo mais eficiente e menos gerador de emissores de CO2», afirmou Carlos Manuel Costa Pina.

O Administrador explicou ainda que a Galp «fá-lo por um lado, naturalmente por razões económicas e financeiras, mas por outro também por razões de competitividade, na medida em que diversas empresas do sector a nível internacional desenvolvem o mesmo tipo de atividade. E fá-lo ainda por razões que têm que ver com aquilo que é o posicionamento da Galp face aos diferentes stakeholders no sentido de ser uma empresa, deste ponto de vista, social e ambientalmente responsável».

A investigação em biocombustíveis é uma área com grande dinamismo, tendo o IICT diversos projetos em curso que podem ser do interesse da Galp. «Poderão ser uma mais-valia para a Galp os projetos que estão a decorrer ou o desafio que nos é colocado para identificar outras oportunidades de investigação, que neste momento não estão a ser exploradas, e que as pessoas têm capacidade para o fazer», afirmou Cristina Vaz Tomé, salientando ainda que «esta é que é a mais-valia para o IICT».

O IICT possui uma larga experiência em investigação científica orientada para os países tropicais, em especial os lusófonos, uma condição que a Galp reconhece como muito positiva.

«Sob esse ponto de vista, se olharmos para o mundo da lusofonia, em que verificamos que uma parte importante das geografias em que a Galp está presente são países com climas tropicais e em que a Galp desenvolve projetos importantes na área dos biocombustíveis para produção de biodiesel e que, porventura, no futuro próximo para produção de etanol, isso significa, que se há entidade habilitada, com credenciais e com um conjunto de conhecimento histórico acumulado nestas matérias, é precisamente este Instituto», afirmou o Administrador da Galp.

Carlos Manuel Costa Pina adiantou ainda que, por isso «a importância para nós da celebração deste protocolo que marca o início de uma relação que estamos convencidos que vai ser seguramente proveitosa entre a Galp e o Instituto».

A Galp possui já em curso importantes projetos na área dos biocombustíveis em países lusófonos. «Os projetos mais importantes pela sua dimensão económica, em que a Galp está envolvida neste momento, é um projeto de biodiesel a partir de óleo de palma numa parceria com a Petrobras no Brasil, um projeto que está a ser desenvolvido no Estado do Pará», explicou o Administrador.

«E também um projeto de produção de biodiesel a partir de jatrofa em Moçambique, neste caso, tendo como parceiro a Petromoc, a empresa moçambicana de distribuição de combustíveis», acrescentou.

Mas, a Galp possui como objetivo avançar com outros projetos em outros países. Carlos Manuel Costa Pina explicou que: «estamos a olhar para outras alternativas, quer para a produção de etanol, como uma possibilidade que estamos também a analisar para aferir da viabilidade económica de progredir num projeto com estas características, quer também projetos de outra natureza que sejam potenciadores de reduções de emissões de CO2, ou projetos de captura de carbono».

«Sobre esse ponto de vista estamos a analisar alguns projetos inclusive em Portugal, a partir de alfarroba por exemplo. É outro projeto onde há uma componente de investigação que é importante, até para aferir das condições sob o ponto de vista comercial e económico futuro da sua viabilidade para incorporação nos combustíveis rodoviários, especificamente na gasolina», referiu o Administrador da Galp.

Para o IICT, o Convénio com a Galp Energia pode levar a um novo impulso no desenvolvimento de capacidades científicas que potenciem um modelo de transferência de conhecimento para a economia.

Cristina Vaz Tomé afirmou que: «acima de tudo, o que eu vejo é que o próprio IICT pode reforçar aquilo que é a sua missão e estratégia em termos de desenvolvimento das competências científicas. No fundo, perceber, fazer essa reflexão internamente, onde é que nós temos competências, quais são as nossas capacidade e poder reforçá-las em áreas que sejam também de interesse para os privados».

O Convénio entre o IICT e a Galp Energia envolve ainda consultoria e assessoria técnica, bem como a possibilidade de virem a apresentar candidaturas conjuntas a programas nacionais e internacionais.

Fonte: TV Ciência

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