terça-feira, 21 de agosto de 2012
Para Datagro safra terá mais cana, menor rendimento e excesso de cana bisada
A consultoria Datagro previu em comunicado expedido na tarde de ontem (16) que a safra 2012/13 deva ter uma moagem de cana maior que os números iniciais apontados em março, devido às condições climáticas do primeiro semestre deste ano, que influenciaram no crescimento da matéria-prima. No entanto, para a consultoria, o rendimento médio de açúcar por tonelada de cana será menor que o esperado, também influenciado pelas condições meteorológicas extremas.
Para o diretor da Datagro, Guilherme Nastari, a região Centro-Sul, responsável hoje por mais de 90% da cana do país, foi assolada por uma seca extrema no final do ano passado e início deste, seguida de um excesso de chuva nos meses de maio e junho, acima das médias históricas em alguns casos até quase 400%, e agora volta a sofrer com um clima até 13% mais seco.
"Na região Norte-Nordeste (NNE) a estiagem esta predominando nas regiões canavieiras principalmente dos estados de Alagoas e Pernambuco, evidenciando o que pode ser o surgimento do fenômeno El Niño", aponta o comunicado da Datagro.
Para Nastari, no entanto, as condições adversas trouxeram dois efeitos positivos e outros três, pelo menos, negativos. Os positivos referem-se ao maior volume de cana a ser processada e a "possibilidade de plantios de melhor qualidade e por um período maior, o que certamente será sentido na safra 2013/14".
Na esteira dos problemas advindos das consequências climáticas vemos baixo rendimento agrícola, ou seja, menor quantidade de ATR - açúcares totais recuperáveis - por tonelada de canaprocessada; excessivo aumento de impurezas minerais, "o que causa aumento dos custos de manutenção da indústria e perdas na eficiência de extração de açúcares".
Por fim, e não menos importante, é a quantidade de cana que deva ser bisada (não colhida) nesta safra, o que segundo a Datagro deve ocorrer pelo fato dos produtores quererem evitar a "colheita decana em períodos de mais chuvas, entre novembro e fevereiro".
Guilherme Nastari não adiantou os números, que ainda estão sendo compilados por sua equipe, mas garantiu que o volume de cana bisada que será colhida só em 2013/14 deve surpreender o mercado. Para Guilherme, a cana bis, em parte, será consequência do aprendizado com a safra 2009/10, onde com excesso de chuva os empresários decidiram continuar o ritmo de moagem e pisotearam soqueiras, com prejuízos sentidos até hoje, e também pelos baixos preços pagos pelo mercado nos dois principais produtos da cadeia: o açúcar e o etanol.
Rogério Mian
Fonte: Agência UDOP
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