terça-feira, 14 de agosto de 2012
Normas europeias asfixiam refinarias de açúcar
As normas europeias de proteção da indústria da beterraba estão a prejudicar as refinarias de açúcar em cana. Tal não siginifica "que o abastecimento do produto final esteja em causa, mas sim a viabilidade das unidades industriais", explicou ao Dinheiro Vivo Francisco Avillez, presidente da Associação de Refinadores de Açúcar Portugueses (ARAP).
Realçou que não se trata de um problema nacional, mas sim europeu, essencialmente focado em Inglaterra e Portugal, onde existem as maiores unidades de refinação de açúcar da Europa, o que já levou a diversas tomadas de posição por parte da European Sugar Refineries Association (ESRA).
Caso a Comissão Europeia não altere as regras atualmente em vigor, "as três unidades de refinação nacionais, que abastecem por completo o mercado nacional e exportam, podem tornar-se inviáveis e a solução passará pela total importação do produto final, ou pela reintrodução da indústria da beterraba que em tempos foi substituída porque não era rentável", acrescenta Francisco Avillez.
A imposição da Comissão Europeia para proteger a indústria da beterraba obriga a comprar cana de açúcar apenas a determinados países, principalmente ACP (África, Caraíbas e Pacífico) e PMA (Países Menos Avançados), sem pagamento de tarifas. No entanto, esses países não produzem o suficiente para alimentar as refinarias europeias. Como resultado, as refinarias tiveram que importar pagando taxas muito elevadas. Consequência: o preço do açúcar na União Europeia aumentou cerca de 50%.
Fonte: Dinheiro Vivo
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