quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Medidas de auxílio à citricultura são insuficientes para combater crise do setor

As medidas de auxílio à citricultura não são suficientes para solucionar a séria crise pela qual passa o setor. Apesar do anúncio da prorrogação das dívidas de custeio e investimento e da liberação de linhas de crédito para investimento nos pomares, uma das principais reivindicações dos produtores não foi atendida, que é a garantia do escoamento da produção.


De acordo com o citricultor Edson Francisco Bassi, da região de Artur Nogueira(SP), as medidas ajudam, mas o que o produtor realmente precisa é conseguir vender o produto. “O mais essencial que poderia ser feito é enxugar a laranja, tentar comprar a fruta”, diz. Bassi revela que as variedades precoces já caíram dos pés, e o que não caiu está secando e perdendo qualidade. “A hamlin eu tenho aqui,e está mais firme no pé nesse momento. Mas as indústrias já disseram que não vão comprar”, conta.


A principal preocupação agora, segundo o citricultor, é a falta de perspectivas para a próxima safra. “Não sei como vou cuidar da florada que está vindo. Estou descapitalizado. Posso usar os créditos para investimento em pomar, mas e se a crise se repete? Aí fico com mais uma dívida, e a situação vira uma bola de neve. O Governo não deveria esperar a crise, e sim agir antes”, diz.


Com relação ao preço mínimo de R$10,10 estipulado para a caixa de laranja, o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, afirmou que será um valor apenas suficiente para cobrir parte do custo de produção dos citricultores, que é de quase R$ 19,00. “Acho que fizeram o que foi possível nesse momento. A crise e o problema vão continuar, mas acho que o Governo começando a agir e entendendo que há um problema a ser resolvido, vai participar das negociações e contribuir com as soluções”, revela.


Na opinião de Viegas, é necessário um maior suporte por parte dos governos estaduais e o processo precisa ter continuidade, com organização dos produtores e resolução de problemas estruturais no setor, como a expressiva concentração das indústrias.


As medidas de apoio ao setor chegaram com atraso, e só na região de Artur Nogueira, mais de 5 milhões de caixas de laranja podem ficar sem comercialização.



Fonte: Notícias Agrícolas

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