terça-feira, 14 de agosto de 2012
Dólar desacelera alta e fecha com valorização de 0,3%, a R$ 2,022
O dólar abriu com leve valorização e renovou máximas ao longo do dia, acompanhando a piora internacional, mas fechou a R$ 2,022, com alta de 0,30%, abaixo da máxima desta segunda-feira. O avanço do dólar ante o real perdeu parte do fôlego no final do pregão, seguindo uma melhora discreta dos índices acionários no exterior e do Ibovespa, em linha também com o movimento da moeda norte-americana ante divisas de elevada correlação com os preços das commodities.
Em sessão de bolsas em queda, a alta do dólar chegou a ser intensificada pelo giro financeiro reduzido. “Mais cedo, a piora no exterior se refletiu nas máximas do dólar por aqui. Mas as bolsas apresentaram uma melhora lá fora e também aqui. Então, (os investidores) passaram a bater mais no dólar”, citou um operador. “Nestes momentos de melhora, (os agentes financeiros) buscam testar as mínimas” do intervalo informal entendido como confortável, entre R$ 2,00 e R$ 2,10.
No mercado de balcão, o dólar foi a R$ 2,030 na máxima e bateu R$ 2,017 na mínima. Na BM&F, a moeda spot fechou em R$ 2,025, com ganho de 0,42% (dado preliminar). O giro financeiro total somava US$ 705,7 milhões perto das 16h30, ganhando um pouco mais de força em relação ao volume registrado em grande parte do dia. Em torno do mesmo horário, o dólar para setembro de 2012 estava cotado R$ 2,030, com ganho de 0,27%.
Os índices acionários ficaram pressionados pelo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão, que ficou abaixo das expectativas do mercado, ao subir 1,4% no segundo trimestre, com a desaceleração das exportações e sinais de fraqueza da demanda local. O número também conduziu o declínio do iene ante o dólar.
O euro mostrou avanço ante a moeda norte-americana na esteira de um leilão considerado “decente” na Itália, que vendeu o total pretendido de papéis de 12 meses, ainda que o yield (taxa de retorno) tenha ficado em nível acima do apurado em leilão anterior dos mesmos títulos. Para alguns estrategistas no exterior, a trajetória da moeda europeia também reflete a percepção de que o declínio de 6,2% do PIB da Grécia no segundo trimestre ficou abaixo do recuo de 6,5% do PIB no primeiro trimestre do ano e de queda de 7,5% no último trimestre de 2011 – mesmo diante do fato de que o número do PIB do país no segundo trimestre tenha sido muito ruim.
Os reflexos da cautela com o crescimento do Japão somam-se aos dados mais enfraquecidos sobre a China, divulgados na última semana, pesando, por aqui, na perspectiva de crescimento doméstico, principalmente em face de demanda externa comprometida pelo desempenho das economias mundiais.
Estrategistas argumentam que também há preocupação quanto ao crescimento da economia brasileira. Nesta segunda-feira, a pesquisa Focus mostrou redução da mediana das estimativas do mercado financeiro para o avanço do PIB em 2012, de 1,85% para 1,81%, a segunda piora seguida. Para 2013, a aposta continua em crescimento de 4%, abaixo dos 4,10% verificados há quatro semanas.
Quanto ao câmbio, na Focus, o mercado manteve previsão de que o dólar deva terminar este ano e 2013 em R$ 2,00. Quanto ao câmbio médio, a estimativa para o dólar foi mantida em R$ 1,94 no decorrer de 2012. Para 2013, a estimativa para o dólar médio subiu de R$ 1,97 para R$ 1,98.
No mercado doméstico, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,098 bilhão na segunda semana de agosto, resultado de US$ 5,027 bilhões em exportações e US$ 3,929 bilhões em importações. No acumulado do ano, o superávit é de US$ 11,501 bilhões, com exportações de US$ 146,057 bilhões e importações de US$ 134,556 bilhões.
De acordo com o ministério, houve retração na média diária de exportações e importações brasileiras este mês em relação a agosto de 2011. Os dados apontam que a média diária das vendas externas até a segunda semana de agosto foi de US$ 980 milhões, 13,8% menor que a média em agosto do ano passado.
Fonte: O Estado de S.P
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