quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Analistas estimam perda trimestral acima de R$ 1 bi para Braskem
A baixa demanda por produtos petroquímicos, como reflexo da desaceleração econômica mundial, deverá afetar os resultados da brasileira Braskem, maior petroquímica das Américas no segundo trimestre de 2012. Analistas ouvidos pelo Valor são unânimes e indicam que o prejuízo líquido do grupo deverá superar a marca de R$ 1 bilhão. O baixo desempenho da última linha do balanço reflete também o impacto da valorização do dólar no trimestre. Cerca de 66% da dívida da companhia é em moeda estrangeira.
De acordo com a média calculada com base em projeções de três instituições financeiras - Fator, Votorantim e Ágora -, a Braskem deverá encerrar o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 1,04 bilhão, ante lucro líquido de R$ 420 milhões no mesmo período de 2011.
A receita líquida média, com base nas mesmas projeções, deverá ficar em R$ 8,89 bilhões, elevação de 6% sobre o segundo trimestre do ano passado. Já o Ebitda (lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização) médio para o período ficará em R$ 701 milhões, recuo de 39% sobre o segundo trimestre do ano passado, de R$ 1,15 bilhão.
A corretora Ágora é a mais otimista em relação ao crescimento da receita líquida da petroquímica. Para o período, projetou vendas de R$ 9,38 bilhões, alta de 12% sobre igual intervalo do ano anterior. A Ágora estima prejuízo líquido de R$ 1,07 bilhão e Ebitda de R$ 717 milhões, 37,8% menor que o do mesmo período de 2011.
O Fator estima faturamento líquido de R$ 8,85 bilhões, 6% mais que igual período do ano passado. O Ebitda esperado é de R$ 717 milhões, recuo de 38%, e o prejuízo líquido estimado é de R$ 1 bilhão.
O Banco Votorantim segue a mesma linha de raciocínio das duas instituições e espera receita líquida de R$ 8,43 bilhões, 2,4% maior que o mesmo trimestre de 2011, com Ebitda de R$ 669 milhões, baixa de 42%, e prejuízo líquido de R$ 1,03 bilhão.
O cenário petroquímico global continua pressionado pelo spread da nafta e resina no mercado. Apesar do aumento do preço médio da matéria-prima (nafta), a queda nas vendas contraria a sazonalidade do setor, observou o Banco Fator em seu relatório. Em junho, a demanda no mercado nacional teve forte recuo em razão da queda dos preços da matéria-prima no mercado internacional. Isso provocou o adiamento das compras com a expectativa de que as cotações pudessem recuar ainda mais.
Mônica Scaramuzzo
Fonte: Valor Econômico
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