quarta-feira, 2 de maio de 2012
Preços ao produtor sobem 1,05% com alta do dólar
O índice de preços ao produtor (IPP) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu 1,05 por cento em março, após recuo de 0,42 por cento em fevereiro, puxado principalmente por alimentos e sob influência da valorização do dólar.
A taxa de março foi a maior desde de setembro de 2011, quando atingiu 1,23 por cento, e a segunda maior desde dezembro de 2010.
"O mote dessa alta foi o dólar, que subiu quase 4,5 por cento em março e impactou o índice", disse à Reuters o coordenador da pesquisa do IBGE, Alexandre Brandão. "Quando o dólar sobe ou o real se desvaloriza o impacto é altista, como aconteceu em março", acrescentou.
Em março de 2011, o índice havia registrado elevação de 0,39 por cento, e no acumulado em 12 meses os preços apontam alta de 1,37 por cento em março. A variação acumulada em 2012 é de 0,19 por cento em março.
O IBGE revisou o índice de fevereiro depois de divulgar anteriormente recuo de 0,38 por cento. Os números para janeiro também foram revisados, de queda de 0,46 para recuo de 0,43.
ALIMENTOS
Em março, 18 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços. As maiores altas de preços em relação a fevereiro foram entre equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,70 por cento), fumo (4,28 por cento), papel e celulose (3,82 por cento) e outros equipamentos de transporte (2,56 por cento).
As maiores influências sobre o indicador em março foram alimentos (0,30 ponto percentual), outros produtos químicos (0,16 ponto percentual), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (0,15 ponto percentual) e papel e celulose (0,12 ponto percentual).
O coordenador da pesquisa do IBGE observou que o segmento de Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos tem os custos pressionados pela alta do dólar por ser importador de insumos, enquanto os outros setores que mais influenciaram o IPP refletem diretamente a variação do câmbio.
Segundo o IBGE, a variação de 1,59 por cento dos alimentos foi a primeira alta do ano de 2012. A alta foi puxada por suco de laranja e derivados da soja, que são commodities internacionais.
Na comparação com o mesmo mês de 2011, as quatro maiores variações de preços ocorreram em calçados e artigos de couro (16,40 por cento), bebidas (8,86 por cento), têxtil (-7,07 por cento) e fumo (6,43 por cento).
As principais influências na comparação de março contra o mesmo mês do ano anterior vieram de alimentos (0,64 ponto percentual), veículos automotores (0,28 ponto percentual), calçados e artigos de couro (0,25 ponto) e bebidas (0,23 ponto).
O IPP mede os preços "na porta das fábricas" e não inclui os custos com frete e impostos que influenciam os preços ao consumidor.
DÓLAR A 1,90?
O governo tem se preocupado em evitar uma valorização excessiva do real frente ao dólar, que prejudica a indústria nacional na concorrência com os produtos importados. O cámbio é apontado como uma das principais causas para o baixo desempenho do setor industrial e para o fraco crescimento da economia como um todo.
Segundo uma fonte da equipe econômica ouvida pela Reuters, o governo tem visto uma "janela de oportunidade" para levar o dólar a um patamar mais próximo a 1,90 real, diante de um cenário externo mais negativo e sem números preocupantes de inflação.
Fonte: Reuters
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