sexta-feira, 23 de março de 2012

Preço do etanol sobe mais do que desce




Uma pesquisa da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) sobre a variação do valor do etanol nos postos confirmou estatisticamente o que era uma percepção de muitos consumidores: os preços do produto na bomba não caem na mesma medida e velocidade com que sobem.

O levantamento foi feito em 18 cidades paulistas, quatro delas na região de Ribeirão Preto, para embasar a dissertação de mestrado de Jaqueline Zani dos Santos, aluna do programa de pós-graduação em economia da UFSCar, do campus de Sorocaba.

Considerando preços médios, segundo registros da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a pesquisa concluiu que, em 11 municípios, os estabelecimentos aplicam por mais tempo e com margem maior os aumentos que o produto sofre na distribuidora.

Das cidades onde esse comportamento foi verificado, três são da região de Ribeirão Preto: Jaboticabal, Monte Alto e São Carlos.

Já as reduções no preço do etanol são menores e ocorrem de forma gradativa e mais lenta, segundo o estudo. Quatro municípios registraram quedas maiores que as altas no período pesquisado -uma delas é Franca (veja lista nesta pág.)-, de 2005 a 2011.

O professor e coordenador da pós-graduação da UFSCar de Sorocaba, Danilo Rolim Dias de Aguiar, que orientou a pesquisa, disse que em Jaboticabal, para um aumento de 10% no custo do combustível, o dono do posto repassava um acréscimo de 7,55% para os consumidores.

Mas quando a redução era de 10% no custo, porém, o preço na bomba caía no mês seguinte 5,6% e só no segundo mês chegava em 7,41%.

Questionado se a pesquisa constatou a prática de cartel, Aguiar disse que não há provas. "Parece mais uma cooperação implícita", disse.

Ele relaciona as variações de preços também à disputa de mercado. "Onde a concorrência é forte, se um posto baixa mais o preço os outros tendem a fazer o mesmo."

Araripe Castilho
Fonte: Folha de S. Paulo

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