Após as chuvas ocorridas, muitos agricultores aproveitaram para plantar o milho pela segunda vez, na tentativa de amenizar os prejuízos com a safra normal. Porém, em vários municípios, a chuva não foi suficiente para haver condições de semeadura. Em alguns casos, o milho semeado na ocasião até germinou, mas com a continuidade da estiagem o desenvolvimento dessas lavouras é sofrível. Na maioria das lavouras atingidas pela estiagem, os agricultores cortaram o milho para silagem, porém, o material é de baixa qualidade. A colheita da cultura já atinge 25% da área, com outros 18% estão maduros, 28% em enchimento de grãos, 14% em floração e 15% em desenvolvimento vegetativo.
Nesta semana produtores de arroz começaram a colheita. Em São Borja, a colheita tem mostrado uma produtividade média estimada em 6.777 kg/ha. No momento, a cultura encontra-se com 30% da área em desenvolvimento vegetativo, 43% em floração, 23% em enchimento de grão e 3% maduras. O desenvolvimento e a sanidade da maioria das lavouras estão normais, porém, o problema é a pouca água em muitos arroios e sangas e o baixo nível de muitas barragens. A falta de água já está comprometendo algumas áreas que ainda não foram irrigadas de maneira adequada, uma vez que deveriam estar com lamina de água definitiva. As chuvas da ultima semana ajudaram os rios e riachos a aumentar o volume de água, o que poderá dar uma sobrevida a essas áreas.
O desenvolvimento da soja é prejudicado na proporção direta da falta de chuvas. Muitas lavouras estão na fase de floração (50% do total) com porte reduzido. As demais fases se dividem em 34% em enchimento de grãos e 16% em desenvolvimento vegetativo. Nos cultivos do tarde, que estão com porte muito baixo e com falhas na germinação, a recuperação deverá ser menor mesmo que volte a chover mais intensamente, e irá depender, também, da não ocorrência de frio no outono. A falta de chuvas está favorecendo a ataques mais intensos de ácaros e trips e, em menor intensidade, de lagartas.
Nos Vales do Taquari, do Caí e do Rio Pardo, as precipitações têm acontecido em menor quantidade do que o esperado, provocando prejuízos no desenvolvimento, na produção e na produtividade da erva-mate. Estima-se que as perdas estejam em torno de 20% na cultura. A comercialização é considerada normal e os valores pagos, na cultivada de forma tradicional, são de R$ 5,85 a R$ 6,50 na lavoura e de R$ 7,00 na que é posta na agroindústria por arroba. A produção das plantas nativas está sendo comercializada entre R$ 6,00 e R$ 8,00 a arroba.
Na região serrana, a cultura do tomateiro foi beneficiada pelas condições do tempo e pela suplementação hídrica via irrigação localizada. A cultura vem se desenvolvendo de forma satisfatória, com boa sanidade, frutos de ótima qualidade e rendimentos médios dentro da média. Essas condições associam-se à cotação remuneradora e ao menor número de tratamentos fitossanitários, refletindo-se em entusiasmo nos produtores. A colheita está sendo antecipada devido às altas temperaturas dos últimos dias. Os preços médios estão em R$ 25,00 para as variedades Longa Vida, em R$ 22,00 para a Saladete e em R$ 40,00/cx de 20 kg da variedade Gaúcho.
Em início de colheita da safra da uva na região da Campanha, já foram atingidos cerca de 1.500 ha de uvas viníferas, com boa perspectiva de produção, podendo ser caracterizado como o melhor ano da vitivinicultura da região, com qualidade superior, devido ao clima seco e à alta insolação com grande amplitude térmica. Poderá haver pequena redução na produtividade, mas será plenamente compensada pela alta qualidade do produto. Na região da Serra Gaúcha, os vinhedos em geral mantêm boa sanidade, com exceção das áreas atingidas pelo granizo, e mesmo essas vêm se recuperando do estresse hídrico, pois na última semana as chuvas ocorridas foram de boa intensidade. Os preços médios na semana foram de R$ 1,00/kg para a variedade Niágara rosada e branca e de R$ 0,70/kg para a bordô.
No período, ocorreram chuvas localizadas em determinadas regiões do Estado, restabelecendo parcialmente os níveis de umidade dos solos, a qual é necessária para o desenvolvimento tanto das forrageiras nativas como das cultivadas. Em geral, as pastagens apresentam menor capacidade de suporte e qualidade e consequentemente uma redução no peso corporal geral do rebanho e, com isso, uma queda na produção de leite. Essa queda na região de Santa Maria varia entre 20% e 50%, dependendo do município. Os produtores têm aumentado o fornecimento de ração e concentrado proteico, o que ocasiona um aumento de custo de produção. Por outro lado, o aumento da oferta de alimentos no Vale do Taquari provocou uma recuperação na produção de leite, estimada em torno em 15%, ou seja, as perdas que alcançavam até 35% da produção retrocederam para cerca de 20%.
Fonte: Emater/RS-Ascar
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