Negócios somente nos leilões, compras de trigo focalizadas nas intervenções do governo...isso você vem ouvindo já há algum tempo. Mas quanto de trigo já foi negociado? quanto de trigo será exportado? Com dados da CONAB, a AF News contabilizou os volumes e traz aos seus assinantes uma síntese do contexto de mercado de trigo nacional, no ano safra 2011/2012.
De 01/09/2011 a 27/02/2012 foram retirados das mãos dos produtores com o pagamento do preço mínimo 2,095 milhões de toneladas, esta é a soma do volume negociado com prêmios para escoamento ou adquiridos pelo governo por meio de AGF até então, de uma colheita estimada em 5,788 milhões de toneladas. Ou seja, restariam ainda 3,693 milhões de toneladas, sendo que parte desta já teriam sido negociadas.
Destas 2,095 milhões de toneladas vendidas: 1,5 milhão de toneladas não terão demanda interna pois significam a soma das exportações (previstas via PEP) e de AGFs. Logo temos ainda para o mercado interno neste ano safra 4,2 milhões de toneladas, o consumo de trigo nacional (produzido no Brasil é estimado segundo a CONAB em 4,8 milhões de toneladas. Assim sendo teríamos de contar com os estoques da safra anterior, que sabemos é bastante demandado no Estado do Paraná. O estoque privado de passagem de trigo foi 1 milhão de toneladas.
Descontando-se o escoado para exportação e o negociado com o governo temos oferta para o mercado nacional de 5,2 milhões de toneladas e demanda de 4,8 milhões de toneladas, algo já mais equalitário desde que haja qualidade para moagem.
Somente por meio dos PEP e PEPRO, o mercado interno já comprou 576 mil toneladas, o que mostra que as compras não estão garantindo estoques dos moinhos, pois isto representa apenas 1 mês e meio de moagem de trigo nacional. Isso ressalta dois pontos possíveis: Restaram estoques expressivos da safra anterior ou as compras fora dos leilões no mês dezembro ainda garantem a moagem.
Resumindo todas as informações acima expressas: 1) a oferta de trigo nacional é compatível com a demanda por trigo nacional atualmente (o que indica avanço normal na sazonalidade dos preços), 2) os moinhos encontram-se em necessidade de comprar trigo (tanto nacional quanto importado) ao contrário do que acreditávamos anteriormente e 3) mais leilões poderiam reduzir excesso no período de entressafra, algo favorável àqueles negociadores que dispõe de lotes com qualidade de moagem.
Confira mais informações no site da AF NEWS.
Fonte: AF News
Nenhum comentário:
Postar um comentário