quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Veiling Holambra é a maior bolsa de negociações de flores da América Latina
A paulista Holambra, fundada por holandeses, ficou nacionalmente conhecida como a “cidade das flores”. O que nem todo mundo sabe é que o enorme volume de flores e plantas ornamentais ali produzido é comercializado em sua vizinha, Santo Antônio de Posse, onde está sedidado o maior entreposto comercial da América Latina para esse tipo de mercadoria. Estamos falando do Veiling Holambra, uma cooperativa que importou da Holanda um eficiente sistema de venda de flores realizado por meio de leilões eletrônicos. Por sinal, a palavra “veiling” quer dizer isso mesmo em holandês – leilão.
Desde 2009, a cooperativa ocupa uma área de 80 hectares, onde há um grande complexo logístico, preparado para receber, negociar e distribuir os produtos para o Brasil inteiro. Atualmente, estima-se que a cooperativa responda pelo comercialização de 35% a 40% do mercado atacadista nacional de flores e plantas ornamentais.
Robert Van Arnhem, diretor-geral da cooperativa, explica que a função da empresa atualmente é ser apenas uma ponte entre fornecedores e clientes. “Nós somos um intermediador com capacidade logística. O preço dos produtos quem coloca é o produtor”, explica o holandês radicado no Brasil há 40 anos.
Há seis anos no comando do Veiling, Van Arnhen comemora a bonança vivida pelo setor nos últimos dois anos, e espera um faturamento de R$ 310 milhões em 2011. Graças ao grande volume de transações realizadas, o leilão de Santo Antônio de Posse atua hoje como um regulador de preços do setor. “Podemos dizer que nós estamos para o mercado brasileiro de flores assim como o Veiling da Holanda está para o mercado europeu”, declara o diretor.
Para conseguir manipular tamanha quantidade de produtos perecíveis em tempo hábil, a cooperativa conta com infraestrutura logística de primeiro mundo. O “timing” ali precisa ser britânico, ou melhor, holandês: tudo deve ser rigorosamente cronometrado para garantir o frescor do produto que será entregue aos clientes. Para isso, além de as instalações contarem com acondicionamento adequado – para variedades ainda mais sensíveis, como rosas e lírios,há uma câmara fria de 4,4 mil metros quadrados –, o Veiling possui 155 docas, de forma a facilitar a entrada dos produtos por um lado e a saída pelo outro.
Klok, o coração do sistema veiling
Assim como na Holanda, as vendas são realizadas através de um sistema de leilão reverso, isto é, adquire o lote de flores aquele comprador que mais rápido oferecer o menor valor possível pelo produto, e não o maior. Todas as movimentações de lance, compras e remates podem ser observadas pelo klok, um painel eletrônico semelhantes a um relógio, que aponta as cotações dos produtos ao mesmo tempo em que exibe informações específicas sobre o lote ofertado.
Na tribuna, onde ficam os potenciais compradores, há três kloks, que, dependendo do fluxo de mercadoria, podem funcionar simultaneamente, exibindo diferentes produtos. Tal sistema permite ao cliente comprar uma grande quantidade de produtos em um tempo mínimo. “Com o pregão eletrônico, temos registrado uma venda a cada 1,4 segundo”, relata Elisabete Raimundo, assessora de comunicação da cooperativa. Hoje, as vendas realizadas na tribuna respondem por cerca de 60% das negociações comandadas pelo Veiling.
Participam das seções desde representantes de redes de supermercado e grandes fornecedores, como a Ceagesp, até donos de pequenas floriculturas, paisagistas e decoradores. Os pregões acontecem de segunda a sexta-feira, das 6h as 10h. Os dias de maior movimento são as segundas e quartas, quando chegam a ser negociadas cerca de 3 mil carrinhos – o equivalente a um milhão de unidades de flores. No ranking de vendas, a variedade que tem mais saída é a rosa, isso no segmento de flores de corte. No quesito flores de vaso, quem sai na frente é a orquídea Phalaenopsis.
A data que movimenta o maior volume de flores e plantas ornamentais no Veiling é o Dia das Mães. “Mas o Dia dos Namorados e Finados também são bastante movimentados”, diz a assessora. Ela conta que, até 2009, a cooperativa também negociava com o mercado internacional, mas com a crise em 2008 os produtores decidiram voltar-se exclusivamente para o mercado interno. Atualmente, o Veiling conta com 300 associados, 90% deles do estado de São Paulo – dos quais metade está na região de Holambra.
Fonte: Globo Rural
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