quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Dólar eleva custos da safra

Segundo especialista do centro de Socioeconomia , maiores riscos ainda são eventos climáticos imprevisíveis durante a safra

Os custos da temporada que já estavam superiores aos do ano passado tendem a aumentar com a disparada do dólar. Ao mesmo tempo em que a moeda impulsiona os preços dos grãos em reais que fazem as exportações renderam mais, as matérias-primas utilizadas pelas indústrias de adubos e agrotóxicos ficam mais caras, já que maior parte delas vem de fora do País. Ano passado, o Brasil importou volume equivalente a 60% do consumo de fertilizantes e 80% do de defensivos, conforme as entidades que representam o setor.

De acordo com Getulio Tonet, do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa), órgão da Epagri que monitora as condições de safra, a desvalorização do real deve encarecer os fertilizantes e defensivos, embora muitos produtores já adquiriram insumos, principalmente adubos, no período da colheita do milho e da soja, prevendo alguma reação dos preços. Segundo Tonet, os fertilizantes tiveram aumento de preço antes da desvalorização do real.

De acordo com o levantamento de preços de insumos e fatores de produção que a Epagri faz trimestralmente em nove regiões do Estado, a média dos preços pagos pelos agricultores tiveram variações, de 12,5% no mês de agosto, em relação a novembro de 2010 e de 5% no mês de agosto deste ano em relação a maio. No caso dos agrotóxicos, segundo Tonet, houve queda dos preços de - 4% de agosto deste ano em relação a novembro de 2010 e de -1% de agosto em relação a maio deste ano. “Além disso, também há uma compensação. Os preços internos das commodities são valorizados com o dólar mais caro, porém, no Brasil o câmbio é flutuante e não se sabe o tamanho real das dívidas e as medidas que serão tomadas para os países endividados”, explica.

RISCOS

Para Tonet, seria muito precipitado dizer que os produtores, de modo geral, seriam prejudicados pelo aumento do câmbio. “Temos de considerar ainda que, contratos futuros de soja e milho, para abril e maio de 2012, foram fechados com preços atraentes para os produtores, garantindo assim parte da renda para a próxima safra.” Segundo o engenheiro agrônomo, os maiores riscos, seriam os eventos climáticos imprevisíveis durante a safra. Mesmo assim, a indústria de agrotóxicos prevê aumento no faturamento. Esse crescimento está relacionado à expansão da safra brasileira de grãos.


Fonte: Correio do Norte Online

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