O governo deveria estudar e a avaliar a experiência do Banco Central da Suiça, que na semana passada estabeleceu um piso para sua taxa de câmbio, de forma a evitar valorização adicional frente ao dólar, sugeriu o ministro Aloizio Mercadante, de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). "O BC suiço não permitirá apreciação adicional de sua moeda, e acho que deveríamos ao menos estudar essa experiência", afirmou o ministro, que participa de sessão na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Para Mercadante, o momento para mudanças na política econômica é propício. Isto porque, de acordo com o ministro, o Brasil atravessa período em que "justamente a condução da economia passa por uma inflexão importante". O ministro referia-se a decisão do Banco Central brasileiro, que cortou a taxa de juros básica, a Selic, em 0,5 ponto percentual, há duas semanas. "Recomendaria aos senhores senadores do artigo do [Yoshiaki] Nakano, publicado no Valor de hoje, que é um analista insuspeito, porque foi do PSDB, e ele faz uma defesa fundamental do corte da Selic", afirmou o ministro.
Segundo ele, a inflação passará por um período de queda nos próximos meses. "As pessoas estão pegando o índice de inflação acumulada nos últimos 12 meses e projetando o futuro", disse o ministro, "mas o regime de metas olha a inflação seis meses adiante, e o cenário é totalmente outro daquele que vivemos nos últimos 12 meses". Para Mercadante, "não faz sentido" manter a taxa de juros em 12% ao ano em um quadro de taxas de juros próximas a zero nos países desenvolvidos.
A recente desvalorização do real, segundo Mercadante, já é um reflexo da decisão do BC em cortar a Selic. "Se o câmbio continuar assim, quer dizer, deslizando de forma segura, não causará problemas a inflação e ainda nos ajudará muito nas exportações", afirmou.
Fonte: Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário