quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Brasil enfrentará crise com consumo e produção, diz Dilma
A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que a crise econômica internacional não deve "atemorizar" o Brasil, e que o País enfrentará as turbulências mantendo o consumo e a produção. "Nós sabemos que a melhor forma de resistir à crise no Brasil é... continuar consumindo, produzindo, investindo em infraestrutura, plantando e colhendo, e assegurando às nossas indústrias o seu componente nacional", disse Dilma durante evento em Araçatuba (SP).
A presidente foi ao interior paulista participar do lançamento da pedra fundamental do Estaleiro Rio Tietê, cujas primeiras embarcações devem ser entregues em 2012. Ela assinou ainda protocolo de intenções para investimentos em obras na hidrovia Tietê-Paraná, que conecta os cinco maiores Estados produtores de grãos do País - Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná. O aporte federal chega a R$ 900 milhões.
Os investimentos são parte do objetivo de "reconstruir a matriz de transporte no País" e facilitar e baratear o escoamento da produção, segundo Dilma. "Nós também estamos dando um passo para tornar o nosso País mais forte para enfrentar a crise internacional", disse a presidente.
"Enquanto eles (países europeus) discutem como é que fica a crise da dívida dos seus bancos, nós estamos aqui gastando o nosso dinheiro em parcerias público-privadas, em parcerias entre o governo federal e o governo estadual para criar desenvolvimento, emprego e renda para o nosso país". Dilma também elogiou a relação com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), numa "parceria" de "princípio republicano".
Ainda nesta tarde, Dilma assina, ao lado de Alckmin, termo que autoriza o início da construção do trecho norte do Rodoanel, em investimento de R$ 6,11 bilhões, sendo R$ 1,75 bilhão em recursos federais.
Entenda
No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais. Mas o estímulo não foi suficiente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.
A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com a luz amarela acesa, as economias de outros países da região foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica. No entanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região já atingem grandes economias, como Itália (120% do PIB) e Espanha.
Um fundo de ajuda foi criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE), com influência da Alemanha, país da região com maior solidez econômica. Contudo, para ter acesso aos pacotes de resgates, as nações precisam se adaptar a rígidas condições impostas pelo FMI. A Grécia foi a primeira a aceitar e viu manifestações contra os cortes de empregos públicos, programas sociais e aumentos de impostos.
Os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) - no último dia 16 de maio. Na ocasião, o Tesouro usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente. O governo, então, passou por um longo período de negociações para elevar o teto. O acordo veio só perto do final do prazo (2 de agosto) para evitar uma moratória e prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões). Mesmo assim, a agência Standard & Poor´s retirou a nota máxima (AAA) da dívida americana.
Fonte: Reuters
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