sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Etanol pode voltar a ser boa opção em MG
O pacote enviado pelo governo do Estado à Assembleia Legislativa, que entre outras medidas propõe a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) do etanol de 22% para 19%, significa, para o representante da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), a possibilidade de que o combustível renovável ganhe competitividade frente à gasolina e volte a ser uma opção vantajosa para os consumidores.
A redução da carga tributária sobre o etanol é defendida pelo Siamig desde 2003. A sinalização do governo em apoio aoetanol poderá também estimular a retomada dos investimentos do setor no Estado.
Os aportes são considerados essenciais, uma vez que a frota de carros flex cresce em patamares superiores à produção de etanol.
De acordo com Martins, a redução do ICMS deverá entrar em vigor em janeiro de 2012. A expectativa é de que o valor do combustível caia entre R$ 0,07 e R$ 0,08 por litro nos postos.
As negociações com o governo, em relação a novos ajustes na alíquota, continuarão em 2012. O que defendemos é a adoção de alíquota única em todo o país.
A princípio, vamos continuar negociando com o governo do Estado para que o imposto fique pelo menos equivalente ao de São Paulo.
Nosso objetivo é reduzir o ICMS do etanol até que ele fique entre 14% e 15%, e o da gasolina em 27%, valores mais próximos aos praticados em São Paulo, onde o ICMS do etanol é de 12% e o da gasolina de 25%", diz.
As medidas do governo para apoiar o setor começaram a ser adotadas há um ano, quando o ICMS do etanol caiu de 25% para 22% e o da gasolina elevado de 25% para 27%.
A decisão de reduzir novamente a carga tributária foi tomada após o Estado avaliar a arrecadação obtida com a cobrança do ICMS do álcool e da gasolina, ao longo do primeiro semestre deste ano, período em que foi constatada alta de 12% no valor arrecadado.
Ainda segundo o presidente do Siamig, com a redução do ICMS a expectativa é de que o consumo do combustível renovável seja estimulado.
Em Minas, Gerais, apenas 30% do etanol produzido, 2 bilhões de litros, é consumido dentro do Estado. "Com a decisão, o governo sinalizou que apoia a produção de combustível renovável, seguindo a tendência mundial.
É preciso também estimular a produção do etanol, já que o combustível é o único produzido no Estado, gerando empregos e renda.
Nossa comercialização dentro de Minas é muito pequena, a parcela de 30% representa praticamente o etanol que é adicionado à gasolina, por isso precisamos ampliar a participação no Estado", diz Martins.
Moagem - De acordo com os últimos dados de safra, divulgados pelo Siamig, a estimativa é de queda de 9,23% na moagem de cana-de-açúcar em Minas.
O volume processado deverá atingir 49 milhões de toneladas de cana, contra 54 mil produzidas na safra passada. A queda na produção se deve à redução de produtividade agrícola e ao envelhecimento dos canaviais, em decorrência, principalmente, das variações climáticas ocorridas nas duas últimas safras. A produtividade está 20% inferior no Estado.
Já a redução da produção foi minimizada pelo crescimento de área ocupada pelos canaviais, ampliada em 11% na safra atual. Devido à menor moagem de cana, as produções de açúcar e etanol também foram revisadas.
De acordo com a Siamig, a de açúcar deverá atingir 3,1 milhões de toneladas, com uma queda de 4,7% sobre os 3,25 milhões do ciclo anterior.
Já a produção de etanol cairá 21%, alcançando 2 bilhões de litros, ante 2,5 bilhões na safra passada. Da produção total, 705 milhões de litros serão de anidro e 1,3 bilhão de hidratado.
A produção de anidro é a única em expansão, com crescimento de 17,8%.
Fonte: Jornal Diário do Comércio
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