sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Bovespa fecha praticamente estável; dólar cai
O mercado brasileiro de ações encerrou a jornada desta quinta-feira com uma modesta recuperação, acompanhando com cautela o desempenho nas Bolsas europeias e americanas.
O Ibovespa, o principal índice de ações brasileiro, avançou 0,17% no fechamento, e bateu os 56.381 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,38 bilhões.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,709, em queda de 0,87%, após dez dias consecutivos de alta.
Na Europa, as principais Bolsas subiram 2,11% (Londres), 3,27% (Paris) e 3,14% (Frankfurt), enquanto nos EUA, a Bolsa de Nova York teve alta de 1,66%.
Dólar cede pela primeira vez em dez dias e fecha a R$ 1,70
Bancos centrais coordenam-se para injetar liquidez nos bancos europeus
Os investidores se animaram com a disposição mostrada por Alemanha e França, as mais importantes economias europeias, em evitar o pior: o "default" da Grécia e a quebra do sistema bancário, amenizando, por enquanto, o temor de um momento "Lehman Brothers" (o banco americano que detonou a pior fase da crise de 2008).
PERSPECTIVAS
"Vejo a Bolsa ainda oscilando na faixa dos 54 mil pontos aos 58 mil pontos. Estamos no 'meio' do caminho, mas acredito que temos mais chance de bater na 'porta' dos 58 mil do que em 54 mil", comenta Leandro Martins, analista-chefe da corretora Walpires.
O especialista justifica seu "otimismo" com base em duas apostas para os próximos meses: primeiro, que a crise mundial entre num período de relativa normalização, sem notícias mais graves do velho continente ou da economia americana; segundo, que se confirme as projeções do mercado de mais cortes das taxas básicas de juros no Brasil.
Em um cenário de juros mais baixos, as aplicações de renda variável ganham atratividade frente aos produtos de renda fixa. Nos últimos meses, a queda do índice Ibovespa foi acompanhada por um esvaziamento do número de participantes na Bolsa de Valores, junto com a fuga de capital aplicado.
Uma tendência consistente de recuperação, portanto, também depende um retorno significativo de recursos para esse mercado.
Martins tem perspectivas moderadas para os dois principais papéis da Bolsa brasileira, que movimentam diariamente cerca de 20% dos negócios: as ações preferenciais da Petrobras e da Vale.
No caso da petrolífera, ele observa a perda de volume de operações com esse papel, que tem movimentado somente uma fração da Vale. Para ele, é um claro sinal de perda de interesse pelos investidores, o que reduz as chances do papel subir mais significativamente no curto prazo.
As perspectivas são um pouco melhores para os papéis da mineradora: a ação preferencial, que hoje fechou em R$ 42,72, tem potencial para buscar a marca dos R$ 46 -- visto como um ponto de venda-- antes de buscar preços mais altos ainda neste ano.
EUROPA E EUA
Os mercados 'comemoraram' a ação do BCE (Banco Central Europeu), que voltou a fornecer capital para os bancos do velho continente, de modo a evitar problemas de liquidez.
Em 2008, a crise foi agravada quando o dinheiro parou de circular entre os bancos, provocando a paralisia do circuito de crédito e precipitando a recessão que atingiu as maiores economias do planeta.
Essa notícia ajudou a compensar os números frustrantes da economia divulgados pela manhã.
O índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI, na sigla em inglês) apontou uma inflação de 0,4% em agosto, ante 0,5% em julho. Apesar do descenso, economistas projetavam uma taxa de apenas 0,2%.
E o Departamento de Trabalho revelou um aumento na procura pelos benefícios do auxílio-desemprego, um sinal desfavorável do mercado de trabalho local.
O total de pedidos iniciais atingiu 428 mil na semana passada, em um incremento de 4 mil registros ante o período imediatamente anterior. Analistas previam um decréscimo para a casa dos 410 mil.
Fonte: Folha Online
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