terça-feira, 16 de julho de 2013

​Uso de estufas melhora a produção

Segundo produtor carazinhense que utiliza estufas, as estruturas auxiliam para que o clima não prejudique as plantas e mantêm a produtividade estável

A sensação que Alberi Camargo tem em sua propriedade é de praticamente comandar o clima. Isso porque há seis anos ele possui estufas para abrigar sua produção de hortaliças. Além de perceber uma melhora na produção nesse período, o produtor pretende dobrar a área de estufas para o próximo verão. Com a propriedade localizada às margens da BR 386, Camargo dedica-se ao cultivo de alface, rúcula, radicci, rabanete e temperos. “Há seis anos utilizo estufa e ela protege os produtos de excessos de chuva e também das geadas. Dificilmente uma geada atinge as plantas dentro da estufa”, revela Camargo.

As estufas possuem sistema de irrigação. Segundo o produtor, o custo de implantação das estruturas é facilmente compensado pelo aumento da produção. “Há uma independência do clima, dentro da estufa, a gente é que manda”, brinca Camargo. “Há um padrão de qualidade e a produção é estável. A estufa filtra o calor do sol, deixando a alface mais macia e com um sabor mais suave, diferente de uma alface plantando a céu aberto”, acrescenta.

Mais renda
Essa melhora na produção significou mais renda para Camargo. Ele passou a vender seus produtos para fruteiras, supermercado e distribuir para merenda escolar. “Tenho boas vendas, sempre há compradores. O preço está bom, mas isso porque há qualidade no produto”, explica ele.

Atualmente, o produtor possui cerca de 3 mil m² de área cobertos por estufas. Ele pretende dobrar essa área até o próximo verão, quando as vendas são maiores e prevê, também, dobrar a produção, passando a cultivar ainda pepino e tomate. Com o inverno se iniciando, Camargo afirma que toma o cuidado de irrigar as plantas sempre durante a manhã, para conseguir controlar a umidade dentro da estufa.

Dicas aos produtores
Atualmente, o produtor possui cerca de três mil m² de área cobertos por estufas. Ele pretende dobrar essa área até o próximo verão, quando as vendas são maiores e prevê ainda dobrar a produção, passando a cultivar também pepino e tomate. Com o inverno se iniciando, Camargo afirma que toma o cuidado de irrigar as plantas sempre durante a manhã, para conseguir controlar a umidade dentro da estufa.

Outras dicas também podem ser seguidas pelos produtores. “Há várias opções de estufa, com diferentes tamanhos e custos. Também há produtos que podem ser cultivados sem a estufa que não há prejuízo. Porém, ao usar uma estufa, o produtor pode seguir algumas estratégias, como ter o canteiro elevado em cerca de 15 a 20 centímetros, usar produtos não tão agressivos para combater pragas, adubação preferencialmente orgânica e evitar terrenos alagados”, explica o secretário de Agricultura de Carazinho, Leandro Nicolacópulos Soares.

Soares ainda dá dicas sobre a irrigação. “No verão, aconselha-se que a irrigação ocorra à noite, para evitar a perda de água por conta do calor durante o dia. No inverno, a irrigação deve ser menor, para que não haja excesso de umidade”, considera o secretário.

Preço estagnado
De todo modo, no setor de produção de hortaliças, há produtores descontentes. Pelo menos até o momento, o clima tem se portado de forma favorável para o bom desenvolvimento dos hortigranjeiros. A reclamação de quem está na atividade, diz respeito à redução nos ganhos. “Nos últimos cinco anos tivemos um aumento considerável dos insumos que utilizamos na formação das hortas. Já os preços, que recebemos por aquilo que produzimos, não tiveram os mesmos reajustes”, salienta o produtor Valdir Zancheti.

Há 15 anos na atividade, sendo os últimos quatro em Colônia Dona Julia no município de Carazinho, Zancheti reclama da falta de programas que garantam uma renda mínima aos pequenos produtores de hortigranjeiros. “Não teremos fôlego para suportarmos mais cinco anos de aumento no custo de produção”, diz ele.

De acordo com os dados apresentados pelo produtor, há cinco anos a dúzia de alface era comercializada a R$ 10,00 quando o custo de uma saca de adubo com 50 quilos custava R$ 35,00. “O corretivo de solo dobrou de preço e a alface baixou para R$ 7,00 a dúzia. Neste mesmo período, uma lata com sementes para a formação de até 10 mil mudas, saltou de um custo de R$ 25,00 para R$ 110,00”, avalia o produtor.



Diário da Manhã - Passo Fundo

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