segunda-feira, 6 de maio de 2013
Governo ainda fecha cálculo dos custos da usina
Ao sair do estado de hibernação, a termelétrica de Uruguaiana registrou um salto no custo de operação. A usina gerou apenas com gás natural, sem aproveitar o vapor produzido pela queima do combustível, com custo equiparado ao de usinas a óleo diesel. A AES Uruguaiana ainda será ressarcida em R$ 17 milhões pela retirada do maquinário do almoxarifado e testes iniciais.
O gás foi garantido pela Petrobras, que teve a missão de comprar a carga de gás natural liquefeito (GNL). A demanda internacional estava superaquecida, no inverno do Hemisfério Norte. A carga de GNL saiu a US$ 20 por milhão BTU (unidades térmicas britânicas), comprada dos franceses GDF Suez, que enviaria a carga à usina William Arjona (MS), da Tractebel.
Até a usina gaúcha, o insumo precisou pagar "pedágio" na Argentina onde foram incluídos custos com desembarque nos portos Bahia Blanca e Escobar, passando pela regaseificação, transporte do gás, tributos aduaneiros e até garantias financeiras para fechar os contratos. A Aneel, inclusive, encontrou dificuldades para auditar os custos na cadeia do gás. Parte dessas despesas precisa ser reconhecida para que as empresas sejam ressarcidas pelo setor elétrico.
O ponto de entrega de gás mais perto do Brasil é no polo petroquímico de Porto Alegre, a 500 km. Mesmo nas condições atuais, o governo negocia uma forma de viabilizar o uso de Uruguaiana, ainda que em caráter emergencial, por mais 60 dias. "Nunca deixamos de considerar a necessidade de voltar a operar, não abrindo mão também de viabilizar sua operação permanente", disse o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp.
Rafael Bitencourt
Fonte: Valor Econômico
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