quinta-feira, 25 de abril de 2013

Pesquisadores britânicos obtêm diesel a partir de bactéria




Os cientistas da Universidade de Exeter modificaram uma amostra da bactéria E. Coli - que vive no intestino humano e transforma o açúcar que absorve em gordura.

Usando biologia sintética, a equipe alterou os mecanismos celulares da bactéria para que oaçúcar fosse convertido em moléculas de óleo que são quase idênticas ao diesel convencional, derivado de petróleo.

O estudo, divulgado na publicação Proceedings of the National Academy of Sciences, afirma que o combustível sintético poderia ser uma alternativa viável aos combustíveis fósseis.

"Nosso desafio é aumentar a produção antes de chegar a qualquer forma de fabricação industrial do combustível", disse o professor John Love, biólogo sintético da Universidade de Exeter pesquisador.

"Nós temos um período de três a cinco anos para fazer isso e depois veremos se valerá a pena seguir em frente", acrescentou Love.

A equipe de pesquisadores também está analisado as chances de a bactéria converter outros componentes em combustível, como dejetos humanos e de animais.


Biocombustíveis

Atualmente há uma pressão para aumentar o uso de biocombustíveis em todo o mundo.

Metas estabelecidas pela União Europeia determinam que, até o final desta década, 10% dos combustíveis utilizados dentro do bloco sejam compostos de biocombustíveis.

O problema é que muitas formas de biodiesel e bioetanol atualmente em uso não são totalmente compatíveis com os motores de carro modernos, fazendo com que entre 5% e 10% tenham de ser misturados com combustíveis fósseis antes de os carros serem abastecidos.

No entanto, segundo o professor Love, o combustível obtido a partir da bactéria E.Coli modificada é diferente.

"Nós conseguimos obter um combustível que tem exatamente a composição exigida pelos motores modernos", afirma. "Podemos até chamá-lo de "biocombustível fóssil", acrescentou.

Os biocombustíveis são considerados uma alternativa aos combustíveis fósseis porque poluem menos o meio ambiente.

Enquanto gasolina e diesel liberam dióxido de carbono, os biocombustíveis são considerados neutros em termos de emissões porque emitem na atmosfera a mesma quantidade de CO2 que as plantas das quais são produzidos absorvem.

No entanto, há críticas sobre a produção de biocombustíveis, que ocupam grandes áreas de plantio (como o milho, no caso do etanol americano) e pressionam o preço dos alimentos no mercado internacional.

De acordo com Geraint Evans, consultor da NFCC, consultoria de bioeconomia, essas questões também têm de ser consideradas na produção de combustível a partir de bactérias.

"Ao mesmo tempo em que isso aumenta as fontes potenciais de produção de diesel, é preciso pensar em sustentabilidade", afirma Evans. "Não é um truque de mágica, mas certamente uma outra ferramenta (na produção de combustíveis)".

Rebecca Morelle
Fonte: BBC Brasil.com

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