quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

"A prioridade é a manutenção da produtividade dos canaviais", diz coordenador do PMGCA




O setor bioenergético tem muitos desafios. Entre eles, senão o mais importante, é a recuperação da produtividade dos canaviais. Em entrevista para a TVUDOP, o coordenador do programa de melhoramento genético da cana-de-açúcar(PMGCA), da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Hermann Paulo Hoffmann, fala sobre as pesquisas em novas variedades de cana com objetivo de atender essa necessidade do setor.

Segundo Hoffmann, a prioridade é a manutenção da produtividade dos canaviais, depois de duas safras de quebra na produção na região Centro-Sul do Brasil. "As variedades que nós temos - para aqueles que realizam todas as práticas agronômicas - estão incrementando os rendimentos agrícolas, e apresentando melhores resultados, principalmente para a cana precoce", conta.

Para o coordenador, é evidente a diferença de panorama entre grupos que tem realizado melhor as operações agrícolas, daqueles que não realizam todas as práticas. "Há grupos que praticam a formação de mudas com boa qualidade, sanidade, controle de plantas daninhas, que estão completamente diferente daqueles que não fazem a lição de casa bem feita. Em momentos de crise e dificuldades, isso fica bem evidente", explica.

Questionado sobre a possibilidade do desenvolvimento de variedades que possam, de alguma forma, contribuir na diminuição de custos e no ganho de produtividade, Hoffmann é categórico: "Eu acredito que conseguiremos agregar algumas características favoráveis, mas não devemos esperar grandes incrementos em produtividade. Porém, não se espera de um momento para outro um crescimento de 10%, 15% ou 20% de produtividade. Nós vamos chegar lá, mas degrau por degrau e fazendo a lição de casa bem feita", ressalta o coordenador do PMGCA.

Neste ano, o programa coordenado por Hoffmann deve liberar de duas à quatro variedades de cana, uma precoce e três médias tardias. "Quanto ao material de genética, o que podemos esperar, num primeiro momento, são materiais resistentes a broca", adianta. Também, devem ser inauguradas as novas instalações do programa de melhoramento genético, em Araras, no interior do estado de São Paulo.


Variedade para cogeração de bioeletricidade

Também integrante da Ridesa - Rede Interinstitucional de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro, a Universidade Federal de Alagoas já está adiantada, caminhando em fluxo de seleção, para a liberação da cana energética, ou seja, uma variedade de canaque prioriza a produção de fibras, voltada para a cogeração de energia a partir do bagaço da cana-de-açúcar. "Será uma cana diferente, mais rústica, para ambientes mais restritivos, diferente do que temos para produção de açúcar e etanol", finaliza.


Clique aqui e assista a entrevista com o coordenador do PMGCA da UFSCar, Hermann Paulo Hoffmann, para a TV UDOP. Se preferir, acesse nosso canal no Youtube no endereço www.youtube.com/tvudop.

Greizi Ciotta Andrade
Fonte: Agência UDOP

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