terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Para garantir abate, frigorífico importa milho do Paraguai



Quebra da safra norte-americana no ano passado redirecionou produção do Oeste paranaense à exportação e obrigou empresas a buscar o grão no país vizinho

A colheita de uma safra recorde de mais de 70 milhões de toneladas de milho no ano passado não foi suficiente livrar o país do desabastecimento. É que, com a quebra de quase 100 milhões de toneladas na produção norte-americana, as grandes multinacionais do agronegócio arremataram boa parte da safra nacional para a exportação, obrigando muitas empresas a recorrer ao mercado internacional para não parar. Foi o caso da Globoaves, uma das maiores do segmento avícola do país e com sede em Cascavel, no Oeste do Paraná. Na manhã da quinta-feira (24), cerca de 80 caminhões aguardavam para descarregar milho vindo do Paraguai na fábrica de rações da empresa, em Toledo.

Para não paralisar a produção na unidade e deixar na mão os cerca de 230 avicultores integrados ao frigorífico de Cascavel que dependem do insumo para engordas os frangos, a Globoaves importou 60 mil toneladas do cereal paraguaio desde julho do ano passado – metade do total necessário para abastecer a planta de Toledo, que tem capacidade para produzir 30 mil toneladas mensais de ração.

De acordo com Roberto Kaefer, diretor-presidente da Globoaves, a opção pelo milho paraguaio se deve ao fato de que o preço do produto está “razoavelmente melhor” e o pagamento pode ser feito com um prazo de 30 dias. Além disso, a importação é realizada no sistema drawback, no qual não há incidência de impostos como PIS, Cofins e ICMS, já que o insumo é transformado no Brasil para exportação em forma de carne de frango. Segundo ele, a compra de milho do Paraguai deve se estenderá até março, quando começa a colheita da safrinha brasileira, mas o empresário diz que não pretende cortar o vínculo com os produtores do país vizinho.

Expectativa

Para Kaefer, a crise que afetou a avicultura e suinocultura brasileira ficou no passado. “O problema econômico que as empresas tiveram foi a demora de ajuste entre a produção, com alto custo que tínhamos, e a demanda. Então você tinha uma produção alta, um custo alto e chegava ao mercado havia uma superoferta com o preço lá embaixo. Isso foi o que quebrou muitas empresas do setor de aves e suínos no Brasil”, diz.

Hoje, segundo Kaefer, o frango teve valorização de 40% e as expectativas são boas. “Tem tudo para ser um excelente ano para o setor da carne porque houve um ajuste da produção. Nós caímos na produção e a demanda está equacionada”, avalia.




Fonte: Gazeta do Povo

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