quinta-feira, 20 de setembro de 2012

País deve produzir 11 bi de litros de etanol para demanda de 30 bi




O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, afirmou ontem que, neste ano, a produção de etanol hidratado não passará de 11 bilhões de litros, para um mercado de 30 bilhões de litros. "Menos de um terço desse mercado está sendo ofertado", disse em palestra a Rio Oil & Gas.

Rodrigues lembrou que o setor perdeu competitividade com falta de investimentos e envelhecimento do canavial, e por entraves tributários e logísticos.

O presidente da Unica defendeu que o governo aplique ao etanol os mesmos subsídios oferecidos à gasolina, de forma a melhorar a competitividade do biocombustível. A gasolina teve recentemente a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) zerada. Segundo ele, o etanol hidratado ganharia R$ 0,30 de vantagem competitiva se houvesse isonomia. O aumento do preço da gasolina não é a melhor saída, defendeu: "Que também haja uma política semelhante para o etanol", disse.

Rodrigues também defendeu a previsibilidade do mercado de forma a viabilizar investimentos. Ele afirmou haver discussões no governo a fim de estabelecer um prazo -até 30 de setembro de cada ano- para o estabelecimento do percentual de mistura deetanol à gasolina. Em sua apresentação, a simulação previa um percentual de 25% a 30% para 2020.


Mistura na gasolina

O presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari, defendeu ontem que o governo anuncie desde já a retomada do percentual da mistura de etanol na gasolina de 20% para 25%, mesmo que a medida seja implementada apenas no ano que vem. Segundo ele, a antecipação seria importante para que o setor possa planejar sua produção e teria efeitos também para a redução do consumo de gasolina, cuja complementação à produção nacional é importada.

"O retorno [para 25%] traria como efeito importante a redução das importações de gasolina", disse Nastari, que presta consultoria a bancos investidores no setorsucroalcooleiro.


Produtores de cana

"Os produtores enfrentam um cenário adverso para expandir o cultivo de cana necessário para atender à indústria, por conta das dificuldades para quitar dívidas de empréstimos anteriores, e da restrição para contratação de novas linhas de crédito", disse o presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), Arnaldo Bortoletto.

"Vemos à frente um cenário bastante ameaçador... Sabemos que o Brasil tem que crescer e vai crescer, mas o produtor não está nesta mesma velocidade da indústria, especialmente das grandes usinas, que não dependem de financiamento para se expandir", disse Bortoletto.


Fonte: DCI

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