segunda-feira, 12 de março de 2012

Soja: A competição dos preços, por Liones Severo

Os prejuízos causados por condições climáticas adversas das safra sulamericana de soja e de grãos trazem para o mercado de alimentos uma situação drástica no que se refere ao suprimento mundial de soja e outros grãos.

As estimativas iniciais de produção de muitos países produtores, principalmente dos Estados Unidos, não têm alcançado correspondência na efetiva produção mundial, ao final de cada safra. Os números gráficos ou acadêmicos estão flertando com o desabastecimento de alimentos a nível mundial. As consequências são representadas por preços elevados e uma necessidade preemente de que se reduza o consumo global.

O atual balanço de suprimento de soja para o ano de 2012, tanto em números absolutos como relativos, apresenta um cenário extremamente apertado e provavelmente resultará no maior déficit de oferta/suprimento em relação ao consumo/demanda da história moderna, ou seja, desde 1972.

Para este ano, há um deficit de oferta entre 25 e 30 milhões de toneladas de soja, e não existe outra alternativa do que o avanço estupendo para os preços para comprar área do milho na próxima safra americana que inicia o plantio no próximo mês de abril.

Não sou apologista ou defensor de preços elevados, mas conheço as medidas e ferramentas
que acusam as situações de desequilíbrio no balanço mundial de oferta e demanda. O cenário
para 2013 está ainda mais prejudicado, desde que grande parte dos estoques finais de passagem
americano para o próximo ano estão inadequamente alavancado no estoque de passagem de 2012, ou seja, em 31 de agosto de 2012, já comprometido pelas perdas das safras sulamericanas.


Se houver repetição dos 75 milhões de acres para o plantio da próxima safra americana de soja, os estoques mundiais cairão para níveis extremamente críticos na condição de desabastecimento global.

Uma escalada de preços capaz de promover um racionamento drástico a nível global é a unica
alternativa para este cenário. Já não existe disponibilidade de terras ao redor do mundo capaz de
produzir na grandeza necessária para o atual desempenho do consumo, que veio acompanhada
pelo mundo global na virada do milênio.


O mais grave, com a derivação dos mercados de consumo para o eixo da Ásia, não há, até o momento, registros históricos sobre os preços necessários capaz de inibir o consumo na escala que o mercado está necessitando.

Aumento de produção agrícola mundial e o racionamento drástico do consumo humano de
alimentos, com desastrosas consequências para as populações pobres, serão estes, os principais
temas que teremos que enfrentar por um longo tempo.

O Brasil, como o maior detentor de terras agrícolas do mundo, está prestes a emplacar um
Código Florestal que obrigatoriamente resultará na redução da produção agrícola, com graves
consequências para o suprimento mundial. De qualquer forma irá empacar o crescimento da
produção agrícola deste país, que é a maior esperança para recompor a produção de alimentos
para a humanidade.

Se não tivermos a proteína da soja, vamos comer trigo, se não houver trigo, vamos comer milho
e se não houver milho, voltaremos a comer raízes... Assim se desenha a apocaliptica imprevisão
da administração global.

Meus comentários são uma tentativa de estímulo à produção agrícola para a produção de alimentos e os realces sobre preços elevados são, indiscutivelmente, o único remédio capaz de detonar esse processo.


Produção e Demanda Mundial da Soja





Fonte: Liones Severo

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