As cotações do robusta no físico brasileiro apresentaram forte queda entre o final de janeiro e o início de fevereiro. Nas semanas seguintes, conseguiram relativa sustentação, mas insuficiente para reverter as perdas. A desvalorização na virada do mês foi motivada pelo aumento da oferta de produtores, que ainda possuíam alguns lotes interessados em se capitalizar para as despesas da safra que se aproxima. Neste cenário, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima teve média mensal de R$ 270,64/saca de 60 kg, com queda de 5,5% em relação a janeiro. Para o tipo 7/8 bica corrida, a média mensal foi de R$ 260,33/saca de 60 kg, forte recuo de 9,3% no mesmo período.
Reduz diferença de preço entre robusta no BR e no mercado externo
A diferença entre os preços do robusta no físico brasileiro e no mercado internacional reduziu no mês de fevereiro. Enquanto que, na comparação das médias mensais, o Indicador do tipo 6 acumulou queda de 5,5% de janeiro
para fevereiro no Brasil, o indicador do robusta da Organização Internacional do Café (OIC), que pondera os preços correntes do mercado europeu e norte-americano, apresentou valorização de 5,4% no mesmo período. Diante desse descolamento, diminuiu, apesar de continuar positiva, a vantagem para o mercado brasileiro. De outubro até final de janeiro, o diferencial de preços do grão no Brasil e no mercado externo havia aumentado gradativamente em favor do mercado nacional.
Na média de janeiro, o preço em dólar no físico brasileiro foi 29,6% acima do indicador do robusta da OIC. Em fevereiro, no entanto, a vantagem diminuiu para “apenas” 16,9%. De novembro a janeiro, os preços do café robusta no mercado doméstico avançaram expressivamente, alcançando patamares recordes em termos nominais. Neste período, a valorização esteve atrelada principalmente à postura retraída de vendedores. Os preços
futuros da variedade (Bolsa de Londres), por sua vez, estiveram predominantemente em queda, com o início da colheita no Vietnã (em outubro de 2011), maior produtor mundial da variedade. No entanto, vendedores do Vietnã
também passaram a se retrair, proporcionando, então, o avanço dos preços externos. Segundo notícias, a colheita dos grãos da safra 2011/12 terminou em fevereiro e um percentual menor do que o esperado tinha sido comercializado.
Em janeiro, os embarques do robusta vietnamita ainda foram lentos, mas em fevereiro aumentaram, visto que agentes estiveram mais dispostos a negociar após o feriado de Ano-Novo daquele país, que ocorreu no final de janeiro. De acordo com dados do Escritório Geral de Estatísticas do governo do Vietnã, o país exportou cerca de 3 milhões de sacas de 60 kg em fevereiro, volume 60,4% superior ao do mês anterior. Ainda assim, os preços internacionais da variedade reagiram ao longo de fevereiro, visto que, já a partir de março, os embarques devem voltar a ser limitados. Na Bolsa de Londres (Euronext Liffe), o contrato com vencimento em março fechou o
dia 29 de fevereiro a US$ 2.009/tonelada, alta de 10,5% em relação ao dia 1º.
Fonte: Cepea
Nenhum comentário:
Postar um comentário