sexta-feira, 9 de março de 2012

Moagem cai abaixo dos 500 milhões após três safras




Pela primeira vez desde a safra 2007/2008, o volume de cana moída pelas usinas da região Centro-Sul do Brasil ficou abaixo dos 500 milhões de toneladas, segundo o levantamento divulgado pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) no dia 15 de fevereiro. Os números não devem ser alterados, pois na primeira quinzena de janeiro havia apenas dez unidades produtoras em operação: três no Espírito Santo, quatro no Mato Grosso do Sul, duas em Minas Gerais e uma no Paraná.

Do início da safra 2011/12, em abril, até 1º de fevereiro, foram moídas pelas indústrias da região, incluindo do estado do Tocantins, 493,49 milhões de toneladas de cana, redução de 11,39% se comparado com o volume alcançado na safra anterior, que atingiu 556,95 milhões de toneladas.
É a primeira vez desde a safra 2007/08 que a quantidade de cana moída nas indústrias da região Centro-Sul ficou abaixo de meio bilhão de tonelada. Na ocasião, foram moídas 431,1 milhões toneladas de matéria-prima. Na safra seguinte, esse volume saltou para 504,9 bilhões e desde então cresce ano a ano.

A previsão inicial de safra divulgada pela Unica no final de março de 2011 era de serem moídas 568,5 milhões de toneladas de cana na Centro-Sul na safra 2011/12.

PRODUTIVIDADE

Entretanto, o volume anunciado em fevereiro é superior à última estimativa da associação, divulgada no início de novembro do ano passado, quando a previsão de safra foi revisada para 488,50 milhões de toneladas. Em agosto, a Unica estimava moagem de 510,24 milhões de toneladas na safra atual.

A redução na moagem é consequência da menor produtividade agrícola do canavial, cuja média histórica de 85 toneladas por hectare. Para a safra que está se encerrando, a produtividade no Centro-Sul deve ser inferior a 70 toneladas por hectare.

Entre os fatores que colaboraram para esse quadro, a Unica aponta a idade avançada do canavial e o clima desfavorável ao desenvolvimento da planta, com estiagem prolongada nos meses de inverno nas últimas duas safras e geada e florescimento no início da safra atual.

A ampliação da mecanização do plantio e da colheita em áreas não sistematizadas; a incidência de novas doenças como a ferrugem laranja; o aumento do nível de infestação de algumas pragas; e o crescimento da produção em regiões com menor potencial produtivo também são apontadas como fatores que contribuíram para a quebra na produção.

QUEDA

Na atual safra, foram produzidos 31,24 milhões de toneladas de açúcar, redução de 6,76% se comparado aos 33,50 milhões de toneladas no final da safra passada.

Entretanto, o pior desempenho foi para a produção de etanol hidratado, que ficou em 12,80 bilhões de litros, 28,79% a menos do que os 17,97 bilhões de litros em toda a safra 2010/11. Por outro lado, houve aumento de 5,37% na produção deetanol anidro na safra atual, totalizando 7,81 bilhões de litros do produto até 1º de fevereiro, contra 7,41 na safra anterior.

De todo etanol anidro comercializado pelas usinas do Centro-Sul entre abril de 2011 e fevereiro deste ano, 647,19 milhões de litros foram destinados ao mercado externo e 6,07 bilhões de litros ao mercado interno, totalizando 6,72 bilhões de litros, aumento de 8,16% em relação à safra passada.

Já as vendas de etanol hidratado no período foram de 10,82 bilhões de litros, queda de 31,63% se comparado à safra 2010/11 (15,83 bilhões de litros). Desse total, 9,79 bilhões foram destinados ao mercado interno e 1,04 bilhão de litros foi destinado ao mercado externo.

Lázaro Jr.
Fonte: Folha da Região

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