quinta-feira, 8 de março de 2012
Mato Grosso estima ampliar produção em 15%
Estudo desenvolvido pelo governo estadual aponta que em 2016 Mato Grosso irá ampliar a produção de seus principais itens em 15%. Cálculo foi feito com base nas projeções para produtos como soja, milho, algodão, carnes e cana-de-açúcar, além de outros que possuem papel importante no desenvolvimento da economia local.
Análise realizada pela Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) aponta que daqui a 4 anos a produção em toneladas será de 42,156 milhões. No final de 2011, a soma dos produtos analisados resultou em 36,712 milhões de toneladas. Este crescimento, porém, poderá ser maior, avalia o secretário Pedro Nadaf.
À frente da Sicme, ele afirma que o estudo foi realizado para ser base de um levantamento das demandas de infraestrutra do Estado. Como explica, ao identificar as produções e os locais onde se concentram, é possível definir os investimentos que precisam ser feitos, principalmente com relação a transportes para escoamento. "É um estudo de logística para conhecer cada região e traçar ações estratégicas para o desenvolvimento. Por isso foi feito o mínimo que cada produção terá de incremento. Ao final poderá ser muito mais este crescimento".
Levantamento realizado engloba a cadeia de grãos, como soja, milho, algodão e arroz, da carne, com bovinos, aves e suínos e também o setor da cana-de-açúcar, de couros e madeira. Foi feita também uma projeção com relação ao potencial mineral do Estado que, segundo a Sicme, chegará em 2016 com 14,911 bilhões de toneladas de reservas cubadas, ou seja mapeadas.
Para setor produtivo, o crescimento realmente é possível e potencialmente maior. Presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja), Glauber Silveira revela que existe demanda e área para ampliação e que os investimentos dependem dos preços das commodities para torná-los viáveis. Mais do que isso, Silveira aposta que as projeções da Sicme serão atingidas antes mesmo do tempo determinado.
No caso da soja, que no relatório deverá passar de 20, 566 milhões de toneladas em 2011 para 23,651 milhões de toneladas em 2016, alta de 14%, Glauber Silveira afirma que o volume poderá ser alcançado ainda neste ano ou em 2013. Como detalha, o grão passou por uma valorização importante nos últimos 2 anos, saltando de cerca de R$ 25 em março de 2010 para R$ 40, em média, na última semana. Com isso, os produtores foram estimulados a aumentar a área plantada e também a investir em tecnologias. De acordo com Silveira, é esperado um crescimento de até 10% na produtividade e somada à maior área, poderá ser atingida a meta.
Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) prevê que neste ano a produção deverá ser de 22,126 milhões de toneladas. Com o milho ocorre coisa semelhante, uma vez que a projeção estima em 2016 8,986 milhões de toneladas e para este ano a expectativa é de produzir 9,8 milhões de toneladas.
Com relação à carne, a projeção feita pela secretaria é de que o crescimento seja de 15% nos próximos 4 anos. As 3 principais produções, bovino, suíno e aves, deverão juntos somar 1,883 milhão de toneladas. Superintendente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, revela que existe indicativos que haverá demanda crescente de carne e Mato Grosso pode também ampliar a produção para atender ao mercado. Porém, como revela, não se pode ignorar a crise econômica na Europa e a crise política no Oriente Médio, que podem dificultar a relação com dois mercados importantes. "Tensões vivenciadas nessas regiões precisam ser analisadas, até para dar respaldo para buscar mercado em outros países, como foi feito no ano passado após a suspensão do mercado chinês".
Pedro Nadaf afirma que projeções como essas garantem a atração de investidores, principalmente do segmento industrial que permite agregar valor á produção local. "O mundo está de olho no Estado. Somos visitados constantemente por empresas interessadas em conhecer e vir para cá".
Presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan compartilha da mesma opinião ao confirmar a tendência de crescimento do setor em Mato Grosso. Como explica, os empresários estão animados e confiantes no desenvolvimento da região, tanto os instalados que fazem investimentos na ampliação de produção, quanto àqueles que pretendem se instalar. "É possível crescer até mais do que a projeção aponta. Para Mato Grosso é estimada altas de 5% a 6% ao ano, superior ao que se projeta para o país".
Infraestrutura - Levantamento realizado servirá para sustentar projetos de ampliação e melhoria das malhas rodoviárias e ferroviárias do Estado. De acordo com o secretário Pedro Nadaf os modais serão estudados para se buscar recursos para os investimentos. Segundo ele, estes dois meios são os mais indicados para Mato Grosso, até porque, segundo ele, como a produção de minerais também deverá ter crescimento substancial, a ferrovia se torna melhor opção.
Para o economista especializado em logística, Edeon Vaz, a alternativa que mais viabiliza a produção do Estado é a hidrovia. Como explica, com o potencial existente, é possível construir canais diretos para escoamento tanto pelo Norte como pelo Sul do país e por preços que chegam a equivaler a 30% do que se paga no transporte rodoviário. Além disso, Vaz ressalta que devido ao marco regulatório do setor ferroviário no país, o escoamento pelos vagões não permitem redução de gastos. "Normalmente a ferrovia deveria representar 70% do custo rodoviário, mas em Mato Grosso ele varia de 95% a 110%".
Entre as rotas fluviais possíveis no Estado, Edeon destaca a Arinos-Juruena-Tapajós, partindo de Porto dos Gaúchos, a Teles Pires - Tapajós, ligando Sinop a Santarém, no Pará, e a hidrovia Paraguai-Paraná, na região Sul do Estado, que partiria da região de Cáceres.
Fonte: A Gazeta
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