segunda-feira, 12 de março de 2012

Frota flex continuará norteando a indústria canavieira




A previsão da Datagro, uma das maiores consultorias de etanol e açúcar do País, é de que a fase inicial da safra 2012/13, a começar em meados de abril, seja mais direcionada à produção de etanol. Isso porque o produto permite rapidez na geração de caixa. Neste início de ano, o preço do açúcar está bem abaixo do que era esperado para o período de entressafra, e a demanda pelo produto também está em baixa.

Indicador Cepea/Esalq divulgado em 29 de fevereiro apontava que a movimentação no mercado paulista de açúcar se mantinha calma desde o fim de novembro, quando a colheita e o processamento entraram na etapa final. Segundo a pesquisa, os compradores têm negociado basicamente o necessário para complementar as atividades rotineiras, abastecendo-se, sobretudo, com açúcar contratado ou de estoques.

Isso tem contribuído para derrubar os preços, pois algumas usinas e atacadistas reservaram produto para negociar na entressafra, esperando boa remuneração, apostando nos indicativos de uma possível escassez de açúcar no mercado interno. Somente em fevereiro, a redução na média dos valores negociados chegou a 6,3%, com a saca de 50 quilos deaçúcar, fechando o mês negociada a R$ 57,69, contra R$ 72 em média no mesmo período do ano passado.

A vantagem do Brasil, segundo o economista Guilherme Nastari, continua sendo a possibilidade de arbitrar mercados deaçúcar e etanol, diferentemente dos demais players. "Não é à toa que costumamos chamar a frota flex fuel de esponja. Caso os preços do açúcar sofram maior retração, os preços relativos permitirão que os carros flex absorvam maior volume de sacarose, criando, portanto, novo suporte ao mercado", explica.

Entretanto, ele diz que enquanto a política de preços da gasolina permanecer estável, o derivado da cana irá demorar a conquistar competitividade nos principais centros consumidores do País.

O economista comenta que a desvalorização do açúcar nesta época do ano é atípica ao movimento sazonal do mercado, mas prevê que a partir de março deve haver melhora no ritmo de compras e reação dos preços. "Mas, por ora, o mercado de exportação se mostra tão atrativo quanto o mercado interno." O açúcar no mercado interno base São Paulo tem sido cotado em média 1,5% acima do primeiro futuro de Nova Iorque.


EXPORTAÇÕES

O volume de exportações de açúcar pelo Brasil em 2011 caiu 9,4% se comparado ao ano anterior, somando 25,36 milhões de toneladas contra 28 milhões de toneladas. Apesar da queda no preço nas últimas semanas, as exportações de janeiro a dezembro somaram US$ 14,93 bilhões ante US$ 12,76 bilhões no mesmo período de 2010. "Isso significa que a valorização do produto mais que compensou a queda do volume exportado", diz.

Segundo a Datagro, o Brasil vendeu açúcar a um preço médio de US$ 589,19/tonelada, valor 29,3% maior que o preço médio alcançado em 2010.

Nastari prevê que a safra 2012/13 na região Centro-Sul do País deve atingir entre 500 e 520 milhões de toneladas, apesar de a capacidade agrícola das usinas ser de aproximadamente 620 milhões de toneladas de cana. Porém, acredita que os preços serão menos atrativos do que os praticados em 2011, em decorrência também da pressão do mercado internacional ao refletir o segundo ano consecutivo de superávit no balanço de oferta e demanda.

Fonte: Folha da Região

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