quarta-feira, 17 de abril de 2013

GranBio compra 25% de companhia nos EUA




A GranBio, companhia controlada pela GranInvestimentos, holding da família Gradin, anuncia hoje a compra de 25% da companhia americana American Process Inc. (API), que detém tecnologias voltadas para a produção de bioquímicos e biocombustíveis. O valor da operação não foi divulgado. Com essa aquisição, a GranBio cria uma cesta tecnológica - a empresa já possui parceria com a italiana Mossi & Ghisolfi (M&G) para produção em escala comercial de etanol celulósico.

Criada em 2011, a GranBio planeja ter uma atuação importante em biotecnologia. A empresa dos Gradin busca transformar biomassa em bioquímicos, além de soluções tecnológicas para a produção de biocombustíveis de segunda geração. O braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES Par) tornou-se sócio este ano da GranBio, com a compra de 15% da empresa por R$ 600 milhões.

A decisão de se tornar sócia da API, especializada em tecnologias limpas, faz parte da estratégia da GranBio de avançar em bioquímicos e oferecer um leque maior de tecnologias inovadoras aos seus futuros parceiros, afirmou ao Valor Bernardo Gradin, presidente da companhia. A empresa já está em negociações com empresas químicas para fechar acordos.

Uma das tecnologias da API, a Avap, converte qualquer biomassa - eucalipto, palha, entre outros - em produtos bioquímicos (insumos intermediários, como n-butanol e ácido succínico), além de biocombustíveis. A outra tecnologia - a GreenPowerPlus - se encaixa no modelo tradicional de produção de etanol no Brasil, explicou Theodora Retsina, fundadora e presidente da API. "Essa tecnologia utiliza o bagaço da cana e cria maior receita para a usina de primeira geração porque adiciona maior capacidade com a produção de etanolcelulósico." Segundo ela, essa tecnologia garante produção 15% adicional de etanol(celulósico), com uma unidade anexa à usina. O diferencial é que não utiliza enzima no processo de hidrólise.

Uma fábrica de demonstração da API em Atlanta (EUA) começou a produzir 1,3 milhão de litros de biocombustível no fim do ano passado, com a tecnologia Avap. Em Michigan, a companhia já testa a tecnologia GreenPowerPlus.

No ano passado, a GranBio fechou acordo com a Beta Renewables, joint venture formada pela Chemtex, subsidiária do grupo italiano M&G com o fundo TPG, para produzir no início de 2014 etanol celulósico em escala industrial em Alagoas, a partir da tecnologia Proesa, que transforma biomassa em etanol. Futuramente, a tecnologia Proesa também terá bioquímicos. Até outubro, a empresa vai definir, por meio de acordos, parcerias com usinas produtoras de etanol de primeira geração no Brasil, a partir da tecnologia Proesa, que já está em estágio mais avançado e com uma unidade em Crescentino, na Itália, em operação.

A meta da GranBio é produzir até 2020 cerca de 1 bilhão de litros de etanol de segunda geração/ano e bioquímicos. Até lá a companhia pretende erguer dez fábricas de biocombustíveis, duas unidades de bioquímicos (etanol voltado para indústrias químicas/farmacêuticas) e duas biorrefirnarias flexíveis (voltadas para biocombustível e bioquímicos). Esses investimentos estão estimados em R$ 4 bilhões.

Mônica Scaramuzzo
Fonte: Valor Econômico

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