quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Produção de banana em Mato Grosso deve fechar 2012 em 57,3 mil ton
O estado ainda enfrenta dificuldades por fatores como doença e falta de assistência técnica
Mesmo enfrentando uma série de problemas durante anos, a produção de banana em Mato Grosso tenta se restabelecer sustentada principalmente pelo desenvolvimento de pesquisas e ampliação da assistência técnica. Mas dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que por mais um ano consecutivo, a produção deve apresentar uma queda em 2012. A previsão é que o volume de banana no estado chegue a 57,3 mil toneladas, redução de 10,3% ante às 63,8 mil toneladas fechadas em 2011.
O cultivo da fruta no estado foi considerado expressivo no passado. Para se ter uma ideia, em 2001 o estado totalizou um volume de 119,6 toneladas, mas o despreparo dos pequenos agricultores, responsáveis pela maior quantidade da produção do estado, e o ataque de pragas fizeram com que a produção fosse reduzida.
"Na década de 1980 a produção de banana ia muito bem até a chegada do Mal do Panamá no estado que reduziu drasticamente as plantações. Conseguimos trazer novas variedades, implantamos projetos novos, o que acabou trazendo uma diversificação da cultura. Mas na década de 1990 veio a Sigatoka-Negra que desencadeou uma outra redução", explica a pesquisadora da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Maria José Mota Ramos.
Após este período, os pesquisadores do estado continuaram pesquisando para encontrar novas variedades que fossem mais resistentes às doenças e de melhor aceitação no mercado. "Nenhuma das variedades que experimentávamos tinha uma boa aceitação, pois o sabor não era agradável ou às vezes era difícil o amadurecimento até que conseguimos chegar a dois tipos que as pessoas gostaram: a tropical e a princesa", afirma a pesquisadora.
A Empaer plantou há mais de três meses algumas variedades novas no município de Cáceres, 225 km a Oeste de Cuiabá, para avaliar quais delas poderão se adaptar melhor às condições climáticas do estado. As mudas de banana foram produzidas no laboratório de biotecnologia da Embrapa, em Brasília , livres de doenças e pragas, o que traz uma redução nos custos de produção.
"Ao fim da pesquisa serão distribuídas as melhores variedades aos pequenos produtores da Baixada Cuiabana para impulsionar a produção deles", afirma a pesquisadora.
Um exemplo de sucesso
No município de Sinop, a 503 km de Cuiabá, a família Bianchi se organizou e conseguiu superar estes impasses. Em uma área de 160 hectares, ela consegue obter uma produção de 75 toneladas ao ano. A família é a maior produtora de banana do estado.
"Há 19 anos estamos mexendo com banana. Nossa família saiu de Santa Catarina para Mato Grosso com o intuito de plantar soja. Mas como acabou não dando certo, vimos na produção de banana a alternativa", relata Marcelo Bianchi.
Atualmente a família dispõe de um laboratório para a produção de mudas. E eles pretendem ampliar ainda mais o negócio. "Todo mês plantamos 56 mil mudas. A cada oito ou dez anos estamos renovando, aumentando a área. Agora estamos construindo uma indústria que vai processar a banana e fazer diversos produtos, como doces e balas".
A maior parte da produção deles atende a capital. A variedade mais plantada na propriedade é o nanicão (95%) e o restante é da variedade prata e terra (6%).
Principais doenças
O Mal-do-Panamá é uma doença causada pelo fungo Fusarium oxysporum. As principais formas de disseminação são o contato das raízes de plantas sadias com plantas doentes, pelo uso de material de plantio infectado ou ferramentas de desbaste transportando solo contaminado. O principal sintoma da doença é amarelecimento progressivo das folhas mais velhas para as mais novas. Posteriormente, as folhas murcham, secam e se quebram junto ao pseudocaule. Em algumas casos, ela pode gerar comprometer toda a produção.
Já a Sigatoka Negra é a mais grave e temida doença da bananeira no mundo, implicando no aumento significativo de perdas, que podem também chegar a 100% da produção, onde o controle não é realizado.
O combate a essas doenças se dão de várias formas, entre elas manejar corretamente a irrigação, de modo a evitar excesso de umidade no solo; eliminar plantas doentes ou suspeitas, procedendo-se a vistorias periódicas da área plantada; utilizar, em lugares com histórico de ocorrência de doenças, mudas já enraizadas, para prevenir infecções precoces, que tendem a ocorrer via ferimento provocados quando da limpeza das mudas (descorticamento) e utilizar prática culturais que promovam a melhoria da estrutura e aeração do solo.
Zoneamento
O Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União, em outubro de 2011, o zoneamento agroclimático em Mato Grosso para a cultura de banana, com objetivo de evitar que as pragas se alastrem pelas plantações.
As regras definem que 38 municípios, que apresentaram deficiência hídrica e condições térmicas dentro dos limites pré-estabelecidos em, no mínimo, 20% de seu território, foram indicados para o cultivo da banana em condições de sequeiro. Já os outros 106 municípios com condições térmicas favoráveis, porém, com deficiências hídricas superiores aos limites definidos, o plantio foi indicado apenas para o cultivo com irrigação.
Fonte: Agrodebate
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