EUA podem reduzir teor de álcool na gasolina

O governo americano poderá reduzir o teor de etanol misturado à gasolina, devido à redução na safra de milho no país motivada pela seca ocorrida no verão.
Poucos meses atrás, a EPA (Environment Protection Agency - Agência de Proteção Ambiental) havia se manifestado no sentido de aumentar o teor de álcool misturado à gasolina. A política americana de adicionar etanol ao combustível tem motivação econômica e visa reduzir a dependência do país do petróleo importado.

Para cumprir a legislação este ano, seriam necessários quase 58 bilhões de litros deetanol. O percentual da mistura é atualmente de 10 por cento, mas a regulamentação prevê que aumente até 2022, quando será necessário o dobro da quantidade de álcoolatual.

Seca e preços altos- O Departamento de Agricultura americano prevê que os estoques mundiais de milho no ano que vem cairão 5,4 por cento, atingindo o menor nível nos últimos 39 anos. A seca nos EUA também prejudicou a qualidade do grão - apenas 23 por cento da colheita é considerada de nível bom ou ótimo, contra 70 por cento no ano passado.

A consequente elevação nos preços do milho - que nos EUA é usado como matéria prima para produção do etanol -, com reflexos nos preços não só do combustível como no da alimentação, está levando muitos congressistas americanos a pressionar o governo por uma mudança na política do etanol.

Nos Estados Unidos, a mistura do etanol na gasolina tem adversários ferrenhos, que reclamam do efeito corrosivo do álcool nos carros mais antigos. A proposta de aumento do teor feita pela EPA resultou, por isso, em muitas reações negativas de grupos de consumidores.

A decisão final da agência ambiental será tomada até o início de novembro.

Jorge Meditsch
Fonte: Auto Estrada