quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Dólar sobe com dúvidas sobre perspectiva global
O dólar abriu em baixa nesta quarta-feira mas, na sequência, passou a renovar máximas no mercado à vista de balcão. O temor relacionado à perspectiva econômica global elevou a aversão ao risco nas praças financeiras, pesando sobre os índices acionários globais e sobre preços dos metais básicos. No mercado doméstico, operadores citam fluxo de saída de recursos também colaborando para o avanço do dólar e algum ajuste em face da perspectiva de eventual corte da Selic, em 0,25 ponto porcentual.
No ambiente externo, o sentimento dos investidores também foi afetado pela advertência do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o impacto da crise da zona do euro e o alerta da agência de classificação de risco Fitch sobre o Reino Unido e sobre a recessão em países da região da moeda única. O FMI estimou que 60 bancos da zona do euro mais importantes precisam fazer um corte em ativos em seus portfólios de entre US$ 2,8 trilhões e US$ 4,5 trilhões no final de 2013.
O Livro Bege, do Federal Reserve, não trouxe grandes surpresas sobre a atividade norte-americana, citou um analista estrangeiro, exercendo pouca pressão de baixa sobre o dólar no exterior, que oscila em torno da estabilidade ante inúmeras divisas, embora apresente recuo ante o euro. Algumas moedas emergentes têm mostrado enfraquecimento nesta quarta-feira mais ligado às incertezas europeias. Pouco depois das 16h30, o dólar Index, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas, registrava leve baixa (-0,05%), praticamente estável em relação ao início da tarde.
No mercado doméstico, o dólar à vista fechou a R$ 2,040 no balcão, com ganho de 0,20%. Na máxima, a moeda chegou a R$ 2,041 e bateu R$ 2,031 na mínima. O giro financeiro era robusto e somava US$ 1,590 bilhão (US$ 1,510 bilhão em D+2) pouco depois das 16h30. Na BM&F, a moeda spot também fechou em R$ 2,040, com alta de 0,29%. No mesmo horário, o dólar para outubro de 2012 estava cotado R$ 2,0475 (+0,20%).
A demanda dos agentes financeiros por dólar para pagamentos de importações e outras remessas pesaram sobre a moeda, dando força ao avanço do dólar, citou um operador. O movimento do dólar, acrescentou ele, também tem se ajustado à perspectiva de um corte do juro básico em 0,25 pp, ante o nível atual de 7,50%, nesta quarta-feira. "Há ajustes de quem apostava em manutenção da Selic e agora passou a apostar em corte", observou.
Nesta quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga a decisão sobre o rumo da taxa Selic. Para um estrategista estrangeiro, o discurso de membros do BC contribui para a mudança de expectativas dos investidores em relação a um corte do juro, em vez de manutenção. Para o profissional, um eventual aperto das condições monetárias no próximo ano pode recair não tanto sobre a Selic e mais sobre compulsórios, medidas macroprudenciais e de crédito. Para o câmbio, disse o analista, isso significa que "o nível do dólar em R$ 2,00 não é tão sagrado como parece, em nossa visão. Suspeitamos que as autoridades permitirão um movimento para baixo se as condições adequadas estiverem formadas, como um contexto de enfraquecimento amplo do dólar - preferivelmente em meio à forte entrada de recursos -, (também) o governo precisaria ver melhora nos setores produtivos do País", mencionou o estrategista. Por agora, no entanto, o intervalo entre R$ 2,00 e R$ 2,05 continua válido, acrescentou ele.
Dados do Banco Central apontam que o fluxo cambial é positivo em US$ 135 milhões em outubro até dia 5. No acumulado do ano até dia 5 de outubro, o fluxo cambial registra entrada líquida de US$ 22,590 bilhões.
Fonte: O estado de S.P.
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