quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Desapropriação opõe Manguinhos a governo do Rio



Criadores de gado soltam animais nas lavouras recém-colhidas para que espigas menores, deixadas para trás pelas colheitadeiras, sejam aproveitadas

Luana Gomes, enviada especial

Revisadas para baixo no auge da seca, em agosto, as projeções de produção de carnes nos Estados Unidos vêm sendo reajustadas para cima, o que indica que os altos preços da soja e do milho ainda não estão conseguindo racionar o consumo de grãos no país. Durante o roteiro que cumpriu pelo Meio-Oeste do país, a Expedição Safra Gazeta do Povo visitou produtores de suínos e fazendas de gado de corte e leite e conferiu que a oferta limitada devido à quebra da safra 2012/13 não intimida os pecuaristas norte-americanos. Pelo contrário.

Em Iowa, maior produtor de porcos do país, a equipe encontrou diversas unidades de criação de suínos em instalação. Em Wisconsin, um dos maiores celeiros de produção de leite, criadores procuram alimentos alternativos para substituir o milho na dieta do gado.

“Em agosto, algumas vacas chegaram a ser mandadas para o abate, mas isso já não está mais ocorrendo”, relata Dan Roe, produtor de grãos e dono de uma estrutura de recepção de grãos em Montecello (WI). Segundo ele, a determinação do pecuarista em manter o seu rebanho em épocas de oferta escassa tem, inclusive, dificultado o seu negócio. “Gente que entregava milho aqui agora está vendendo o grão úmido para o vizinho. E como o rendimento por hectare caiu, a silagem tem consumido uma área três ou quatro vezes superior à habitual”, calcula.

Mike Sulzer, de Monroe (WI), confirma o relato de Roe. “Geralmente consumo apenas uma parte do meu milho na fazenda, mas neste ano não vai sobrar muita coisa para vender, o que é um péssimo negócio com o bushel valendo mais de US$ 7”, lamenta. A seca que reduziu em 20% o rendimento do cereal também tirou de Sulzer metade de sua produção de feno, obrigando-o a substituir o produto pelo milho. Como forma de tirar o maior proveito possível da safra mais curta, ele está soltando o gado nas áreas recém-colhidas para que os animais se alimentem da soca do milho e das plantas de soja que são deixadas para trás pela colheitadeira.

Sulzer não é o único produtor que está sendo obrigado a rever suas estratégias de comercialização por causa da seca. No Sudeste do estado de Illinois, em Shannon, Jon Rosentiel conta que a quebra na safra fez com que os contratos de venda antecipada acabassem consumindo uma maior parcela da produção de milho. “Na época do plantio comprometi o que pensava que seria 30% da produção. Mas com produtividades menores isso acabou virando 50% da safra. Agora estou tendo que comprar feno de vizinhos para alimentar o gado e poder honrar meus contratos de venda de milho”, diz.

Gerente da Bocker Ruff Grain, uma estrutura de armazenagem e escoamento de grãos em Polo, Illinois, Paul Behrends afirma o reaquecimento da indústria de carnes o deixa preocupado com o futuro dos negócios. Especializada no envio de milho para o Texas, a empresa deve amargar um recuo de 30% na movimentação de grãos neste ano. “Os pecuaristas texanos estão consumindo mais milho local porque a safra de milho deles foi boa”, conta. Considerado o que os norte-americanos chamam de ‘garden spot’, uma espécie de ilha de boa produção, Minnesota, estado localizado na porção norte do Corn Belt, também estaria abocanhando parte dos negócios de Behrends.




Fonte: Gazeta do Povo

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