terça-feira, 23 de outubro de 2012

Comercialização gaúcha atinge cerca de 35% da safra 2012/13

O Estado exporta 90% de sua produção para a China, quando a China compra um total de 60% da produção de soja brasileira. O consumo interno da oleaginosa no Estado é de 6 milhões de toneladas, então se somado ao consumo interno o valor já exportado (3,5milhões toneladas), é praticamente toda a produção do próximo ano comprometida, com um destino




Com as boas perspectivas de clima para a produção de soja e da não estagnação de preços, os produtores gaúchos devem aumentar a área a ser cultivada pela oleaginosa, em virtude dos altos preços do grão e da quebra da safra passada. “A tendência é que a área plantio de soja aumente até 400 mil hectares, que tenhamos uma safra de aproximadamente 4.200mil hectares”, explica o gerente de operações da mesa de commodities da Agroinvest, João Pedro Corazza.

Segundo os especialistas, a área plantada aumentará principalmente na metade sul do Rio Grande do Sul, e caso seja alcançada uma produtividade média de aproximadamente 45sacas por hectare, a produção do Estado atingirá um número de 12 milhões de toneladas, o dobro se comparado ao ano passado, quando os produtores gaúchos atingiram uma produção de 6 milhões de toneladas.

As comercializações de soja estão estagnadas, pois segundo o gerente de operações, o produtor está apreensivo por razão das intempéries ocorridas na safra passada. “Os volumes de negociação ainda estão bastante baixos para a próxima safra em virtude do medo do produtor está tendo, pensando em clima. A área em definição já está praticamente acertada, porém o produtor está com medo de uma nova seca, ou de uma perspectiva de avanço novamente nos preços. Já foram comercializados, no Rio Grande do Sul, cerca de 3,5milhões toneladas, e caso a produtividade atinja os 12milhões de toneladas, então significam cerca de 35% da produção já comercializado.

O Estado exporta 90% de sua produção para a China, quando a China compra um total de 60% da produção de soja brasileira. O consumo interno da oleaginosa no Estado é de 6 milhões de toneladas, então se somado ao consumo interno o valor já exportado (3,5milhões toneladas), é praticamente toda a produção do próximo ano comprometida, com um destino. “Tradicionalmente em outros anos, tirando o ano passado que deu a frustração com a quebra de safra, o Rio Grande do Sul exporta de 5 a 6 milhões. Se pegar uma exportação cheia de 6milhões, mais o consumo interno de 6milhões, chegaremos aos 12milhões estipulados de produção”, ressalta Corazza.




(As comercializações de soja estão estagnadas, pois segundo o gerente de operações, o produtor está apreensivo por razão das intempéries ocorridas na safra passada / FOTO ARQUIVO DM)
Antecipação brasileira de 46%
Os produtores brasileiros de soja negociaram 46% da safra 2012/13 de forma antecipada, segundo levantamento divulgado por SAFRAS & Mercado, com base em dados recolhidos até 11 de outubro. Em igual período do ano passado, a comercialização envolvia 30% e a média para o período é de 23%.

No relatório anterior, de 6 de setembro, o número era de 43%. Levando-se em conta uma safra estimada em 82,295 milhões de toneladas, o volume de soja já comprometido chega a 37,56 milhões de toneladas.

Para a temporada 2011/12, o total comercializado chega a 98% da safra. Em igual período do ano passado, a comercialização envolvia 86% e a média para o período é de 89%. No levantamento anterior, o número era de 97%. Levando-se em conta uma safra estimada em 66,331 milhões de toneladas, o volume de soja já comprometido chega a 65,010 milhões de toneladas.

"A perda de ritmo no período fica clara quando observamos que no comparativo com o relatório anterior o avanço foi de apenas 3%, abaixo dos 8% anotados no ano passado, nos 9% de 2010 e dos 7% da média histórica de cinco anos", avalia o analista de SAFRAS, Flávio França Júnior, ao comentar os dados de venda antecipada.

Segundo ele, a exemplo da safra velha, a falta de motivação para novas vendas também esteve ligada ao volume já muito elevado de comprometimento e à queda forte nos preços futuros.


Fonte: Diário da Manhã

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