terça-feira, 16 de outubro de 2012

Atento à China, dólar cai 0,25% com dados dos EUA



O dólar fechou a segunda-feira em declínio, influenciado principalmente pelo bom humor no exterior. O sentimento dos investidores, que também impulsionou os índices acionários norte-americanos e europeus, foi favorecido por números melhores que o esperado no varejo dos Estados Unidos e por divulgações econômicas da China, com sugestão, a partir dos dados de inflação, de que há espaço para adoção de novas medidas de estímulo no país asiático, segundo estrategistas.

No mercado doméstico, o dólar à vista fechou a R$ 2,034 no balcão, com queda de 0,25%. Na cotação máxima do dia, a moeda chegou a R$ 2,040 e, na mínima, R$ 2,032. O giro financeiro somava US$ 1,478 bilhão (US$ 1,404 bilhão em D+2) pouco depois das 16h30. Na BM&F, a moeda spot fechou a R$ 2,038, com recuo de 0,10% (dado preliminar). No mesmo horário, o dólar para outubro de 2012 estava cotado R$ 2,0415, com declínio de 0,37%.

Um operador cita que também, nesta segunda-feira, houve entrada de divisas no mercado doméstico, abrindo espaço para a queda do dólar ante o real. A divisa iniciou o dia em leve alta, oscilou em margens estreitas na primeira parte da sessão e passou a renovar mínimas com mais intensidade em direção à segunda metade do pregão, acompanhando o avanço das Bolsas em NY.

O governo reforçou a indicação de que vai continuar defendendo a moeda brasileira em relação ao relaxamento quantitativo norte-americano, o que limita o intervalo de oscilação do dólar no mercado doméstico. Em Tóquio, na reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que o País precisa se proteger de fluxos de curto prazo, pois "um dia eles saem". Também em Tóquio, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, no último sábado, que "se você olhar numa série histórica dos últimos cinco anos vai ver que o real está valorizado em relação ao dólar".

O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, que já defendeu o afrouxamento quantitativo dos críticos de dentro dos EUA, fez o mesmo em relação aos de fora do país na reunião do FMI, comentou um estrategista estrangeiro. "Pesquisas recentes, incluindo estudos do FMI, não respaldam a visão de que as políticas monetárias de economias avançadas são o fator dominante por trás do fluxo de capital para emergentes", disse Bernanke. "Sob um regime de câmbio flexível, uma política monetária totalmente independente, em conjunto com a política fiscal quando necessária, estaria disponível para contrabalançar quaisquer efeitos adversos da apreciação da moeda sobre o crescimento", acrescentou o presidente do Fed, sobre os emergentes.

No exterior, o dólar canadense, em grande parte do dia, apresentou leve alta ante o norte-americano, influenciado pelos números melhores que o previsto no varejo dos Estados Unidos, que fazem com que os investidores busquem ativos de maior risco. Ante o iene, o dólar norte-americano ganhou impulso depois da divulgação dos dados. O dólar australiano estava mais fraco ante o norte-americano diante dos comentários feitos pelo presidente do Reserve Bank da Austrália, Glenn Stevens, em Tóquio, de que o BC tem "munição" se for necessário, o que elevou expectativas de que o BC local poderá cortar o juro em novembro.

No Brasil, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou que a balança comercial registrou um superávit de US$ 919 milhões na segunda semana de outubro. No período de 8 a 14 de outubro, com quatro dias úteis, as exportações somaram US$ 4,439 bilhões e as importações chegaram a US$ 3,520 bilhões.

Fonte: O Estado de S.P.

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