segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Tailândia planeja construir 14 usinas de cana até 2017




A Tailândia, o segundo maior exportador de açúcar do mundo, pretende construir 14 usinas de cana-de-açúcar até 2017, somando-se às atuais 47 unidades produtoras, enquanto o governo se posiciona para acompanhar a demanda crescente por açúcar na região asiática.

O país conseguiu aumentar a produção da cana em mais de 40 por cento nos últimos três anos, das 68,5 milhões de toneladas em 2009/10 para 98 milhões de toneladas na safra de 2011/12, obtendo um recorde de 10,24 milhões de toneladas de açúcar.

"O açúcar é visto como uma das melhores oportunidades de negócios na Tailândia", disse o secretário-geral da Agência de Cana e Açúcar (OCSB, na sigla em inglês), Prasert Tapaneeyangkul, durante a maior feira da indústria de açúcar do Brasil, no coração da região ocupada por lavouras decana.

Quase 90 por cento das exportações tailandesas de açúcar, que devem chegar a pouco menos de 8 milhões de toneladas em 2012, vão para outros países asiáticos, principalmente para a Indonésia.

Em 2015 a Malásia vai diminuir sua tarifa de importação do açúcar de 35 por cento para 5 por cento, disse Prasert.

"Esperamos que a Malásia seja um importante mercado em crescimento para a Tailândia, assim como China e Índia", ele disse.

Com a construção das novas usinas, a capacidade de processamento do país deve crescer de 800.000 toneladas por dia em 2011 para 1,2 milhão de toneladas em 2016.

O aumento na produção da cana nos últimos anos é resultado de melhorias nas safras, que cresceram de 73 toneladas por hectare a 79 toneladas por hectare. Isso é mais do que as safras atuais de cerca de 70 t/ha no centro-sul do Brasil, que é o líder mundial na produção e tecnologia dacana de açúcar.

Antes da redução de investimentos no Brasil, em 2008, e das secas seguintes que atingiram o cinturão da cana, o centro-sul obtinha produtividade de 85 tonelada por hectare.

As usinas estão atualmente investindo para retomar as grandes safras, mas analistas estimam que isso leve de dois a três anos.

Prasert disse que os padrões atuais de chuvas estavam se recuperando para níveis históricos depois de uma seca por volta de junho, e isso poderia significar que a atual safra da cana seria semelhante a do ano passado, que foi de 98 milhões de toneladas, ou um pouco maior.

"Talvez não consigamos que todas as 14 usinas estejam prontas em cinco anos. Podemos sofrer alguns atrasos. Mas estamos começando bem e devemos ter quatro novas usinas em um ano, e 14 é o objetivo", disse Prasert.

Reese Ewing
Fonte: Reuters

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