terça-feira, 4 de setembro de 2012

Soja mantém recorde no mercado



Com a entrada dos transgênicos, comércio de insumos investe em serviços de assistência técnica para evitar perdas

Sorte e planejamento. O resulatado destes dois fatores favoreceram o aumento de até 80% no preço da saca de soja desde janeiro e a tendência de alta tem deixado o produtor tranquilo. O setor mostra uma recuperação, considerando o valor que se manteve nos últimos anos e as dívidas remanescentes da crise de 2008. O investimento tem sido em tecnologia de produção e respaldo técnico.

O “bom tempo” da economia sojicultora brasileira se deve ao “mau tempo” que a soja norte americana passou por conta de uma estiagem severa. A situação foi tão preocupante para os Estados Unidos chegou a racionar o uso de grãos, o que deve se prolongar até o próximo ano. O país amargou a pior seca dos últimos 35 anos e nenhuma das medidas para amenizar as perdas funcionaram. Com baixa produção do maior produtor do mundo, os estoques ficaram quase vazios enquanto que a demanda aumentou. Por isso, os preços subiram levando produtores a vender toda a safra antes da colheita e já negociar a próxima.

Faltou lá, sobrou por aqui. As chuvas ajudaram o sojicultor mato-grossense. Mas, será que esse aumento de produção pode lotar os estoques e derrubar os preços em 2013? Para o analista de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cléber Noronha, a tendência é mais forte para alta. “As informações de mercado são de que, na pior das hipóteses, se mantenha o preço vigente que está perto de R$ 80,00, além disso, a situação é totalmente positiva, com procura muito grande e a liquidez alta”, explica. Ele conta que mesmo com uma nova superprodução em 2013, os estoques continuarão baixos, uma vez que a demanda só tende a aumentar.

O hectare plantado vai aumentar em 13%. Os 7,1 milhões plantados na safra 2011/2012 devem subir para 7,9 milhões na safra de 2012/2013. A expectativa é colher 24,1 milhões de toneladas de soja em Mato Grosso no próximo ano, considerando uma média na produtividade. O maior comprador é a China, que leva 67%.

Para evitar a perda de valor do produto, a estratégia foi a comercialização antecipada. O agricultor fechou um pacote: vendeu a próxima safra para multinacionais e comprou delas os insumos.

“As crises na produção de 2006 e 2008 demonstraram a importância do planejamento e da organização”, afirma Naildo Lopes, vice-diretor regional da Aprosoja, que também é engenheiro agrônomo e produtor. Ainda se encontram remanescentes da crise, uma vez que as dívidas foram parceladas e alguns têm compromisso até 2025.

Para a próxima safra, quase todos os produtores já compraram seus insumos e venderam 60% do produto, ou seja, já sabem os custos de produção. Situação confortável para quem vai plantar, “agora só dependemos de São Pedro mandar chuva”, diz Naildo. Quem teve planejamento avançou. Pelo menos 80% dos produtores já estão com os insumos adquiridos.




Fonte: Circuito Mato Grosso

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