terça-feira, 11 de setembro de 2012
Dólar recua na esteira do Ibovespa com volume reduzido
O dólar abriu a segunda-feira em declínio ante o real e assim permaneceu em toda a sessão, em um dia de volume financeiro reduzido. O recuo da moeda norte-americana, influenciado pelo sentimento predominante entre os gestores locais, ocorreu na esteira do desempenho da Bovespa, que permaneceu no azul em grande parte do dia, em oposição às perdas dos índices acionários no exterior. Também, as cotações da moeda mostraram ajustes em relação ao mercado externo, em face do feriado nacional na sexta-feira. O foco dos investidores, nesta semana, está concentrado na reunião de política monetária do Federal Reserve, na expectativa por uma nova rodada de relaxamento quantitativo.
Enquanto os mercados estavam fechados no País, na sexta-feira, os Estados Unidos divulgaram números de criação de postos de trabalho (payroll) em agosto abaixo das projeções do mercado, alimentando as expectativas dos agentes financeiros sobre estímulos pelo Fed, o que contribuiria para enfraquecer a divisa norte-americana. Esta tendência, porém, está sendo contrabalançada nos mercados globais de moedas pela cautela ligada à espera pela decisão da Corte alemã sobre a legalidade do Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês), na quarta-feira, o que faz com que o dólar tenha impulso no exterior ante inúmeras divisas.
No País, "a nossa Bolsa deu mais o tom para o dólar, mas também o movimento está devagar em termos de volume", afirmou um operador. À medida que a Bovespa ia reduzindo a alta, na segunda parte da sessão, com abrandamento dos ganhos dos papéis da Vale, o declínio do dólar também ia perdendo intensidade. Os investidores também acompanharam a instrução normativa sobre ETFs. Ainda, há um ajuste no preço da moeda em relação ao mercado externo na sexta-feira, quando a praça financeira brasileira estava fechada para o feriado.
No mercado doméstico, o dólar à vista fechou a R$ 2,0240 no balcão, com queda de 0,30%. Na máxima, o dólar foi a R$ 2,0260 e marcou R$ 2,0200 na mínima. Na BM&F, a moeda spot fechou em R$ 2,0235, com queda de 0,86%. Ao fim da tarde, o giro financeiro total ganhava um pouco mais fôlego em relação à maior parte do dia, mas continuava abaixo da média e somava US$ 743 milhões (US$ 675 milhões em D+2) em torno das 16h30. No mesmo horário, o dólar para outubro de 2012 estava cotado R$ 2,032 (-0,22%).
A trajetória da moeda brasileira esteve alinhada ao desempenho do dólar canadense em grande parte desta segunda-feira, que, a despeito de preocupações ligadas ao crescimento global, ainda se beneficia pelas expectativas ligadas aos bancos centrais mundiais. Apesar de dados mais fracos da economia chinesa, que alimentam as preocupações sobre a economia mundial, a expectativa com o QE3 nos EUA favorece a divisa canadense.
O peso chileno também ganhou terreno ante o dólar nesta segunda-feira beneficiado pelos preços do cobre, diante dos estímulos em infraestrutura anunciados pela China na semana passada e da expectativa com a reunião do Fed, nos dias 12 e 13.
O dólar australiano ficou pressionado pela divulgação do superávit comercial da China em agosto. Apesar do aumento do número, as importações tiveram contração em base anualizada, em mais uma indicação de desaceleração do consumo local.
Entre as divulgações no mercado doméstico, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,028 bilhão na primeira semana de setembro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 14,198 bilhões.
Fonte: O Estado de S.P.
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