Canola: O caminho da informação

Estudantes, filhos de produtores rurais participam de Dia de Campo para levar conhecimento para dentro das porteiras

Cerca de 600 pessoas, incluindo grande parte de estudantes de agronomia ou cursos técnicos participaram o IV Dia de Campo da Canola, juntamente com a abertura nacional da safra, nesta semana em Colorado. Os jovens, filhos de produtores, buscam conhecimento para posteriormente, aplicar na propriedade da família. E este é o futuro, de acordo com o diretor presidente da BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella.

“Com as informações adquiridas, os jovens levam para casa o conhecimento necessário para o cultivo da canola, uma cultura que cada vez mais está conquistando o seu espaço nas propriedades”, diz.

Para tanto, no Dia de Campo foram organizadas quatro estações técnicas que trataram da viabilidade da cultura nas propriedades, potencial econômico, importância nutricional e, implementos adequados.

Conforme o técnico agrícola da Emater de Colorado, Jair Paulo Ross, neste caminho da informação, os participantes receberam palestras sobre a viabilidade da cultura da canola no Estado, com relação ao custo de produção, investimentos propostos na cultura para ter uma produtividade adequada. “Mostramos comparativos de uma lavoura com médios e grandes investimentos e seus respectivos resultados. Mas também apontamos qual é o mínimo de tecnologia necessária em uma lavoura pata ter rendimento e lucratividade”, diz.

Conforme o pesquisador da Embrapa Trigo, Paulo Ernani Peres Ferreira, foram abordadas as perspectivas de potencial produtivo da canola para esta safra e a situação econômica que a cultura desenvolveu nos últimos anos, além das condições climáticas. “Na estação também comentamos sobre um projeto estruturante que a Embrapa Trigo está realizando junto com MAPA, com relação à cultura. A intenção é iniciar a partir de 2013, com continuidade nos próximos quatro anos, abordando desde as cultivares, doenças e manejo, até a parte de transferência de tecnologia. O objetivo é que a cultura da canola possa avançar não somente no Estado, mas no país”, explica.

A importância nutricional de aplica Ra quantidade ideal de nutrientes para a obtenção de uma maior produtividade e rentabilidade foi apresentada na Estação da Mosaic. De acordo com o gerente de contas João Carlos de Souza Júnior, foram apresentados parâmetros de lavouras bem adubadas e outras sem adubação necessária.

Para encerrar o caminho da informação, a Socidisco mostrou implementos adequados para o grão da canola ter uma boa distribuição, sem quebra. “Com o disco adequado, o produtor evita perdas e quebra de semente”, diz Luciano Schroedr, assistente administrativo e técnico da empresa.

Com a intenção de levar informações sobre a canola para sua família, o estudante Gabriel Medeiros, 17 anos, que estuda em Palmeira das Missões, participou do dia de campo. A propriedade de 100 hectares não tem cultivo de grãos, mas a produção de gado de corte. “A canola é uma cultura nova e que tem comercialização garantida, por isso pretendo levar as informações obtidas neste dia de campo para casa e incluir ela em nosso sistema produtivo”, diz.

O diretor presidente da BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella, disse acreditar que a canola continue com ampliação de área, sendo uma grande alternativa de matéria-prima para a produção de biodiesel. “No Sul do país dependemos basicamente da soja, como fonte de matéria-prima e a canola tem se mostrado uma grande alternativa de inverno, em um preço nunca visto antes”, diz.

Com relação à participação de jovens no dia de campo, Battistella destacou que a BSBIOS está trabalhando na formação e capacitação dos futuros agrônomos, técnicos e agricultores. “Acreditamos que a inovação está presente com o jovem e a cultura da canola é uma quebra de paradigma em muitas propriedades, que é produzir uma oleaginosa no inverno”, declarou.

O chefe geral da Embrapa Trigo, Sergio Dotto, acrescentou que é preciso diversificar os cultivos na região Sul do país. “Se olharmos a área que temos no Sul do país, são praticamente 2/3 da área vazia no inverno, se, uma cultura econômica e a canola entra bem no sistema produtivo e de rotação de culturas”, disse.


Fonte: Diário da Manhã