segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Viroses atacam o trigo no RS

Nos últimos dias, o produtor gaúcho tem visto amarelecimento nas folhas do trigo. Os sintomas são típicos de viroses que podem ocorrer tanto no clima frio e chuvoso, quanto no tempo seco, principalmente nesta fase de desenvolvimento inicial da cultura.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Douglas Lau, são duas as doenças causadas por viroses que atacam os cereais de inverno no Sul do Brasil: o Nanismo Amarelo dos Cereais e o Mosaico Comum do Trigo.

O Nanismo Amarelo é transmitido por pulgões, insetos que foram favorecidos pelo tempo seco e temperaturas amenas desde a implantação da cultura. Como o próprio nome indica, a planta atacada pelo vírus sofre com o nanismo, afetando o crescimento devido ao comprometimento do sistema vascular e pelo amarelecimento das folhas, o que prejudica a fotossíntese. Para evitar danos por Nanismo Amarelo é preciso optar por cultivares tolerantes e monitorar as populações de pulgões. Caso os pulgões atinjam o nível de controle (média de 10% das plantas infectadas), devem ser realizadas pulverizações com inseticidas de ação específica, que não atuem contra inimigos naturais das pragas agrícolas.

No caso do Mosaico Comum do Trigo, o vetor do vírus é um microorganismo que está presente no solo e se espalha através de esporos que são liberados com a água da chuva, infectando a planta pela raíz. O problema é maior logo após o plantio, no desenvolvimento inicial do sistema radicular. Os sintomas são alternância entre áreas sadias (verdes) e áreas doentes (amareladas), resultando em folhas estriadas. “O mosaico ocorre em áreas com histórico da doença. Vimos que a rotação de culturas não é eficiente. Em algumas áreas ocorre mosaico mesmo após cinco anos de pousio. Assim, o controle precisa ser preventivo, utilizando apenas cultivares tolerantes ou resistentes à doença”, explica Douglas Lau.

As viroses afetam o desenvolvimento das plantas de trigo, reduzindo o volume de grãos. A alta infestação de pulgões com vírus, por exemplo, pode resultar em 60% de perda na lavoura. Segundo o pesquisador, não existe controle da virose após a infecção da planta. “O controle precisa ser preventivo, com escolha de cultivares resistentes, principalmente em áreas com histórico de ocorrência do mosaico, e com monitoramente constante da população de pulgões”, alerta Douglas Lau.


Fonte: Embrapa Trigo

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