Na Argentina, boatos de que o governo pode aumentar o imposto de exportação da soja de 35% para 40% deixaram os produtores apreensivos. O chefe da área econômica da Coninagro, Federido Landgraf, disse que a medida seria difícil politicamente porque voltariam os protestos por parte dos produtores nas rodovias. No entanto, o governo teria uma elevação de US$ 11,1 bilhões na arrecadação com impostos sobre a soja se a alíquota aumentasse a 40%.
Atualmente, com o imposto de exportação, mais conhecido como retenções, a 35%, o produtor argentino recebe US$ 386 por tonelada com o preço internacional da soja a US$ 600 por tonelada, afirmou Landgraf. Se o imposto chegar a 40% junto ao frete e outros custos comerciais, o produtor ficaria apenas com US$ 345 por tonelada. "No Uruguai, uma soja a US$ 600 deixa ao produtor a cifra de US$ 585, mas na Argentina, com a carga das retenções, o produtor ganha muito menos", comparou Landgraf. Ele completou dizendo que neste momento existe um mal estar entre os agricultores, porém, na Coninagro, eles acreditam que a notícia seja apenas um boato, principalmente porque o Ministério de Agricultura desmentiu que haja estudo neste sentido.
Landgraf disse ainda que a atual alta dos preços da soja está diretamente ligada a seca dos Estados Unidos e que se os impostos tiverem alterações agora, em alguns meses, quando os preços da oleaginosa baixarem, os valores continuarão os mesmos.
Horacio Salaverri, presidente da Confederação Rural da província de Buenos Aires e La Pampa (Carbap), disse que o aumento das retenções poderia provocar um locaute geral dos produtores. Estimativas do setor indicam que a próxima safra de soja argentina, chegaria a um volume de 53,2 milhões de toneladas. No entanto, as instituições advertem que pode haver alterações na intenção de plantio caso as regras mudem.
A Bolsa de Rosario calculou que a um preço FOB em maio de 2013, durante a colheita, de US$ 523 a tonelada, o agricultores receberia apenas US$ 295,80 por tonelada, após descontada a retenção mais os custos comerciais. A carga para o produtor vai ser ainda maior devido ao aumento dos impostos de renda e territorial, os quais foram aprovados recentemente. De acordo com um levantamento feito pela Fundação Mediterrânea, a soma destes impostos, as retenções e os custos (estrutura, pessoal, insumos e frete), afetará 79,6% da renda do produtor argentino em 2013. Os cálculos foram realizados sobre a base de um campo de 500 hectares em regiões nobres como Santa Fe e Córdoba.
Fonte: Notícias Agrícolas
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