sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Queda generalizada da indústria é menos intensa que em 2009, diz IBGE




A Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional (PIM-PF Regional) de junho registrou o pior resultado nas bases interanuais desde junho de 2009, quando a economia brasileira sofria fortemente com a crise internacional e todas as 14 regiões investigadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentaram queda no confronto com junho de 2008.

O gerente da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Luiz Macedo, ponderou, contudo, que a intensidade da queda registrada em 2012 é menor que há três anos.

De acordo com o IBGE, em junho de 2012, 13 dos 14 locais investigados apresentaram queda na comparação com igual mês de 2011. ´É um perfil generalizado de queda que não víamos desde a crise. Mas há diferenças no comportamento da indústria em junho de 2009 para junho passado. Naquele momento, em razão da crise, havia um predomínio de taxas negativas, como agora. A diferença é que a intensidade das quedas era muito maior do que a que observamos atualmente´, afirmou o gerente da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Luiz Macedo.

Em junho de 2009, a indústria geral caía 10,9% em relação a igual mês de 2008. No mesmo mês deste ano, o setor recuava 5,5% ante junho de 2011. Macedo acrescenta que junho de 2012 teve um dia útil a mais que igual mês de 2011 e que isso faz uma ´diferença importante´.


São Paulo

Na relação interanual, a indústria de São Paulo, cujo peso no segmento industrial do país é de 40%, recuou 7,2% em junho na comparação com igual mês do ano passado. Na avaliação do especialista do IBGE, o comportamento da indústria paulista se deve à redução na produção de três setores: veículos automotores, material eletrônico e equipamentos de comunicação e alimentos. Juntas, essas atividades respondem por 27% da indústria do Estado.

Em São Paulo, a fabricação de veículos automotores caiu 16,1% em junho ante igual mês de 2011. As produções de material eletrônico e equipamentos de comunicação e alimentos recuaram, respectivamente, 47,5% e 19,6%.

´Em veículos automotores, houve paralisações na produção, concessão de férias coletivas. Os equipamentos eletrônicos e de comunicação refletem um menor dinamismo da economia brasileira e as dificuldades de exportação. Outro fator que deve ser considerado é o câmbio, que favoreceu as importações´, disse.

´Já o setor de alimentos sofre com a diminuição na produção de açúcar, insumo que integra a produção de vários alimentos. Problemas climáticos afetaram o plantio e colheita de cana-de-açúcar e diminuíram a produção´, completou.

Ainda na comparação interanual, fortes quedas também foram observadas nas indústrias do Paraná (-7,5%) e do Rio Grande do Sul (-7%). No confronto entre junho deste ano com igual mês de 2011, apenas a indústria do Pará registrou avanço na produção industrial, de 0,9%, enquanto a indústria geral caiu 5,5%.


´Empate´ no mês

Já na passagem de maio para junho, a produção industrial cresceu em sete dos 14 locais pesquisados. ´O resultado foi neutro e está associado à evolução de 0,2% da produção industrial geral no período´, disse Macedo.

Na série com ajustes sazonais, o Estado do Amazonas registrou o melhor desempenho, com alta de 5,2% em junho, na comparação com maio, seguido por Espírito Santo, com crescimento de 2,3%, e Pernambuco, com avanço de 2,2%, no mesmo período. Nesse base de comparação, a indústria paulista avançou 1%.

Por outro lado, o Estado de Goiás teve o pior desempenho, com baixa de 6% na passagem de maio para junho, já descontados os efeitos sazonais.

Diogo Martins
Fonte: Valor Online

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