terça-feira, 14 de agosto de 2012

Qualificação facilita a sucessão na propriedade familiar




A alimentação dos animais representa o principal gasto dos produtores de leite e interfere diretamente na produção. Conforme o coordenador do Centro Regional de Qualificação Profissional de Agricultores de Nova Petrópolis (Cetanp), Arnaldo Basso, 70% do sucesso da atividade leiteira está relacionado ao bom manejo da alimentação. “Muitas vezes o produtor incorpora a melhoria genética, mas a vaca não expressa todo o potencial genético por causa do manejo da alimentação, que não é adequado”, explica.

Em busca de conhecimentos relacionados à alimentação e a outros aspectos da produção, dezenas de agricultores procuram, todo ano, os cursos oferecidos pelo Cetanp na área de bovinocultura de leite. É o caso do jovem Rafael Ruppenthal, 20 anos, de Gramado, que concluiu nesta semana curso sobre dieta para vacas de alta produção com uso do computador. Rafael foi incentivado pelo pai, Romeu, que, em 1995, então com 28 anos, fez o curso de gado leiteiro no Cetanp. Naquela época, ele tinha 17 vacas em lactação e uma produção diária de 295 litros (17,3 litros/vaca/dia).

Em 2001, foi a vez da mãe, Silvane (na época com 29 anos), participar do curso de Qualidade do Leite. A busca, pela família, por qualificação em cursos que se complementam revela a preocupação com a melhoria e a continuidade da atividade. Hoje, os Ruppenthal têm 27 animais, uma produção diária de 680 litros e uma produtividade de 25 litros vaca/dia, o que representa um aumento de 58% no número de animais da propriedade, 130% na produção e 47% na produtividade. A produção é entregue à Cooperativa Piá.

“O produtor que se capacita, que administra bem a propriedade e produz com eficiência e qualidade ganha dinheiro. Ele percebe que é melhor viabilizar a propriedade, mesmo que seja pequena, do que ir para a cidade, e isso ele faz com qualificação, assistência técnica e tecnologia”, afirma Basso.

O jovem Rafael concorda: “No interior, trabalhando corretamente, dá para faturar mais do que na cidade”. Colocando em prática o que aprendeu no curso de dietas, Basso afirma que é possível aumentar a produtividade, diminuir os custos de produção e, consequentemente, melhorar a renda da família. “O preço médio pago ao produtor pelo litro do leite é de R$ 0,70. A despesa com a alimentação do rebanho geralmente representa em torno de 60% desse valor (R$ 0,42). Mas o produtor que faz o curso consegue reduzir esse custo para 40% (R$ 0,28), ou seja, economiza R$ 0,14 por litro”, esclarece.

“Os cursos ajudam a melhorar a produtividade, a genética, a higiene, a renda”, complementa Rafael, que, assumido seu papel na sucessão da propriedade, pretende dar um grande passo futuramente, passando a transformar o leite em queijo como forma de agregar renda ao produto. Como a família só tem experiência na produção de queijo para consumo próprio, o jovem já pensa em fazer, em breve, o curso de laticínios oferecido no Centro de Treinamento de Agricultores de Fazenda Souza (Cefas), em Caxias do Sul. Além de ensinar a produzir diversos tipos de queijos e produtos lácteos, o curso também aborda aspectos como a legislação da produção e a comercialização.

Cursos

O próximo curso sobre dietas para vacas de alta produção com uso do computador acontecerá de nos dias 13 e 14 de novembro. Outros cursos como o de Bovinocultura de Leite e de Qualidade do Leite acontecerão nos meses de setembro, outubro e novembro*. Os produtores enquadrados pela Emater/RS-Ascar no Programa Leite Gaúcho, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), podem fazer um dos cursos nessa área gratuitamente. Informações e inscrições pelo fone (54) 3298-8037, do Cetanp.

* Bovinocultura de leite - de 10 a 14 de setembro, de 15 a 19 de outubro e de 19 a 23 de novembro;
* Qualidade do leite - de 25 a 27 de setembro, de 23 a 25 de outubro e de 6 a 8 de novembro.




Fonte: EMATER

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